Juliana Brito A TARDE
"É preciso ter atenção especialmente com o eletrodoméstico, pois é onde existe, muitas vezes, essa sedução das parcelas que, somadas, saem mais caras do que é anunciado", orienta Gracieli. Ela conta que a prática foi identificada já nas primeiras fiscalizações da Operação Natal, iniciada na semana passada no comércio de Salvador e em alguns municípios do interior. "Quando somávamos o valor das parcelas, por vezes era maior que o anunciado. E isso aconteceu inclusive nas grandes redes", diz.
Outros problemas identificados pelo Procon-BA são: a ausência de preço dos produtos; o descumprimento de oferta; e os produtos com preços duplicados. A primeira e a terceira situações ferem o direito à informação, que está no Artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor. Todos os produtos expostos na loja - inclusive na vitrine - devem ter preços. Isso inclui não só o valor da mercadoria à vista, mas a prazo e também a taxa de juros aplicada, ou seja, o custo efetivo total (cet).
No caso de preço duplicado, a loja deve vender a mercadoria pelo menor valor. O descumprimento de oferta também é uma infração séria. "Publicidade enganosa, pelo Código do Consumidor, é crime de consumo", ressalta a gerente de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Raquel Alfano.
A informação fornecida pelos vendedores está inclusa nisso. Uma dica é pedir que seja registrada por escrito.
Formas de pagamento - A engenheira Rita Cardoso prefere pagar à vista. Outro dia, interessada em um desconto, teve que sacar dinheiro para fazer a compra. Assim como muitos consumidores, ela desconhecia que não pode haver diferenciação de preço para pagamento à vista, seja em dinheiro, cheque ou cartão.
As lojas somente são obrigadas a aceitar dinheiro, mas devem explicitar as formas de pagamento permitidas antes do comprador chegar ao caixa. "Ou aceita ou não aceita. Mas uma vez que aceita aquela forma de pagamento, não pode fazer diferenciação", diz Raquel.
Pesquisa de preço - A estudante Raíra Maia, 22 anos, estava fazendo as compras de Natal em um shopping. Ela se diz adepta do planejamento. E procura pesquisar os preços não só na concorrência mas no ambiente virtual. "É aquela velha visita ao site de busca", resume.
A dica é boa para evitar cair em falsas promoções. Além disso, ajuda o consumidor na hora de "pechinchar". "Uma pesquisa nossa identificou que é possível economizar 30% do valor do produto assim", diz a gerente do Idec.
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