MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 1 de setembro de 2012

Pai compra carro antes do IPI baixar, leva outro depois e poupa R$ 1.750


Na 1ª compra, se tivesse esperado três dias, pagaria menos pelo veículo.
Para analistas, mesmo com vendas altas, IPI baixo pouco influenciou o PIB.

Rafaela Ribeiro e Luciana de Oliveira Do G1, em Salvador e em São Paulo

pib carros (Foto: Arquivo Pessoal)Sena 'perdeu' desconto na primeira compra, mas aproveitou redução dias depois (Foto: Arquivo Pessoal)
O engenheiro civil Homero Sena, de 55 anos, comprou dois carros novos entre maio e junho deste ano, mas não conseguiu economizar dinheiro com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em um dos negócios. Ele não sabia que o governo iria anunciar, em 21 de maio, a redução no imposto e, três dias antes da decisão, realizou a primeira compra em uma loja de Salvador (BA).
"Deixei de economizar porque não sabia da novidade. Ainda tentei suspender a compra, mas não dava mais tempo porque já tinha feito o emplacamento do carro", lamenta. "Queria ver se a concessionária aceitava que eu aguardasse por outro veículo no momento em que já tivesse com preço em desconto, mas não foi possível. Já tinha feito pagamento e emplacado o veículo."
Sena conta que, ao ser pego de surpresa pela notícia, ficou com a sensação de que estava "perdendo dinheiro". Ele teve sorte, no entanto, de não adquirir os dois veículos que queria dar aos filhos universitários, de 23 e 24 anos, no mesmo dia.
[...] economizei cerca de R$ 1.750 menos de um mês depois de ter comprado o primeiro carro sem a redução do IPI"
Homero Sena, engenheiro
O segundo carro, de uma marca diferente, foi comprado somente no dia 11 de junho, já com o IPI reduzido. Segundo o engenheiro, a economia de dinheiro foi suficiente para pagar custos adicionais como emplacamento.
Pouco efeito sobre o PIBApesar de alavancar as vendas de carros no segundo trimestre do ano, que começou com resultados negativos, a redução do IPI teve pouco impacto no crescimento da economia no período, na opinião de analistas ouvidos pelo G1. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,4% ante o trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Teria sido pior sem o desconto no IPI de carros e linha branca? Acho que não", diz Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Para o economista, a alta nos estoques das montadoras, que levou o governo a anunciar a medida no fim de maio, levaria as fabricantes a tomar uma atitude para escoar esses veículos ainda que por conta própria. "Acho que teriam dado descontos, fariam liquidações."
Gráfico fenabrave (Foto: Editoria de Arte/G1)
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) considera razoável que o estoque fique em torno de 30 dias. Mas ele chegou a 43 dias ou 409,5 mil unidades em maio. "É dinheiro parado", explica Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios. Com a redução do IPI e o aquecimento nas vendas, caiu para 27 dias, ou 342 mil unidades, em junho.
Mesmo com o reaquecimento das vendas, a produção de carros em 2011 se manteve no "vermelho" ao longo do segundo trimestre. Mas a diferença em relação a 2011 foi diminuindo: era de 6,3% em abril e caiu para 4% em junho, já impactada pelo IPI mais baixo. Ainda assim, os veículos puxaram o mau desempenho da indústria no PIB do segundo trimestre.
Próximos mesesAo comentar o PIB nesta sexta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, previu mais um recorde de vendas em agosto, a exemplo de junho e julho.
Segundo ele, o resultado vai ajudar o crescimento tanto do setor automobilístico quanto da indústria brasileira. "Se for atingido [o total de] 400 mil veículos vendidos em um único mês, nós teremos a indústria reagindo favoravelmente com a diminuição de importações de automóveis", destacou.
Na última quarta-feira (29), Mantega, anunciou a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros e linha branca. Para os automóveis e utilitários, a medida, que terminaria nesta sexta, valerá até 31 de outubro.
Pagamento à vistaO engenheiro Homero Sena comprou à vista um Volkswagen Gol e um Fiat Uno, os dois modelos que lideram as vendas no Brasil, e deu um carro antigo que os dois filhos dividiam como entrada. "Acho que economizei cerca de R$ 1.750 menos de um mês depois de ter comprado o primeiro carro sem a redução do IPI. Além de conseguir essa redução, pesquisei muito de um lugar para o outro e pedi sempre preços melhores aos vendedores", conta.
Ele se encaixa no perfil que, segundo consultores em finanças pessoais, mais se beneficia da medida: aquele que guardou dinheiro para não depender de financiamento. Economistas alertam para o risco de "entrar na onda" do IPI mais baixo e arcar com um valor que não cabe no orçamento.
Para o economista Alcides Leite, da Trevisan, o IPI reduzido distorce a demanda. "Muda o comportamento do consumidor, que antecipa a compra", afirma. Sena escolheu antecipar a compra de um carro para o filho caçula, que era quem mais precisava do veículo diariamente. Depois, com o benefício do IPI, agilizou a compra do segundo carro. Ambos são nacionais com motor 1.0, ou seja, se encaixam na categoria para a qual o IPI, que é de 7%, foi zerado (para carros acima de 1.0 e até 2.0 há desconto).
"Conseguir essa redução facilitou minha vida. Em vez de pagar prestações com juros, preferi usar o que sobrou para dar entrada no seguro, fazer o emplacamento do carro e comprar o som", comemora Sena.
arte ipi carros até outubro VALE (Foto: Arte G1)

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