Integradoras estão com dificuldade para garantir alimento para as aves.
Muitos criadores de São Paulo preferem buscar negócios mais rentáveis.
Há mais de 40 dias, Eduardo Pavan não recebe pintinhos na granja, no município de Conchas, no estado de São Paulo. Segundo o criador integrado, em 30 anos na atividade, esse foi o maior período em que ficou com os quatro galpões vazios. O local tem estrutura para abrigar 60 mil aves. Ele investiu cerca de R$ 300 mil nas instalações e em equipamentos como comedores e bebedouros automáticos. Mas, com a crise, ele não tem mais certeza de que o investimento valeu a pena.
A situação é de abandono em algumas granjas da região. Muitos criadores de frango de São Paulo estão desistindo da atividade. Na maioria dos casos, um investimento de vários anos está parado.
Cláudio Bertin também era um criador integrado e tinha 27 mil aves em dois galpões do sítio. Com a alta no preço do milho e da soja, o criador conta que a integradora para qual prestava serviço deixou de fornecer a ração. A remuneração que ele recebeu pelo último lote, entregue em março, foi de R$ 0,30 por ave, um valor muito abaixo dos R$ 0,50 que chegou a receber no mesmo período do ano passado. Diante dos prejuízos, o criador decidiu mudar de atividade. Ele comprou 40 novilhos e está construindo uma leiteria.
De acordo com a União Brasileira de Avicultura, a crise no setor já provocou a demissão de 5.750 funcionários, considerando empregos nas propriedades e nos frigoríficos.
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