MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Estoques globais de suco de laranja do Brasil triplicam, diz entidade


Volume chegou a 662,5 mil toneladas, contra 214 mil toneladas em 2011.
Excedente deve-se à alta produtividade e excesso de laranja, diz CitruBR.

Da Reuters

Os estoques globais de suco de laranja do Brasil, maior exportador do mundo da commodity, somaram 662,5 mil toneladas em 30 de junho deste ano, mais que o triplo do volume verificado em 1º de julho de 2011, afirmou nesta terça-feira (28) a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
Em meados do ano passado, os estoques de suco de laranja estiveram no patamar mais baixo da história, em 214 mil toneladas, após uma safra ruim.
Os estoques de passagem tiveram recuperação este ano após o Brasil registrar uma das maiores safras da história na última colheita. Além disso, o setor enfrenta uma crise de consumo, com exportações em 2011/12 tendo ficado ligeiramente abaixo das registradas em 2010/11, para 1,16 milhão de toneladas, embora tenham caído cerca de um quinto ante 2006/07, quando o setor teve um dos melhores anos da história.
Na temporada 11/12, a safra de laranja no cinturão citrícola do Brasil somou 428 milhões de caixas de 40,8 kg, segundo previsão da CitrusBR, a segunda maior da história.
Na temporada atual (2012/13), a produção na região que inclui São Paulo e o Triângulo Mineiro cairá ante 11/12, mas deverá ser relativamente grande em termos históricos, somando 364 milhões de caixas, segundo a CitrusBR – o processamento dessa produção já começou.
"Os excedentes são resultado de alta produtividade e do excesso de laranja, que sublinham um problema que o setor tem de não conseguir escoar a produção... Ficar empilhando suco, vai virando um custo...", afirmou à Reuters o presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer.
Os números dos estoques foram levantados por auditorias independentes e consideram os volumes armazenados no Brasil e em outros países pelas indústrias do setor.
Estoques retidosA situação só não é mais grave para a indústria porque o setor contará com uma extensão da Linha Especial de Crédito (LEC) do governo, que permitirá a retenção de cerca de metade dos estoques.
Segundo nota da CitrusBR, 311 mil toneladas dos estoques não poderão ser liberados para o mercado, por um período adicional de 24 meses, por determinação do governo federal, considerando a prorrogação da linha de financiamento.
Dessa forma, um volume de 351,4 mil toneladas dos estoques estava disponível para ser comercializado em 30 de junho. Esse total está próximo da média histórica de estoques para a época, disse o executivo da entidade.
A indústria de suco do Brasil exporta quase que toda a produção da commodity.
Mas, diante de estoques em alta, a indústria conversa com o governo federal e com o governo de São Paulo sobre alternativas para compras públicas desse produto, num programa para estimular o consumo.
"O governo está estudando a possibilidade de comprar suco em caixinha dentro de um projeto que montamos. Pega o suco estocado, põe em caixinha e, com dinheiro do governo, monta um programa de incentivo ao consumo, para desovar o suco e a laranja disponível. O governo está concluindo um projeto com a Conab. O governo do estado de São Paulo idem", disse o executivo.
Ainda não há definição de detalhes dos programas com os governos, que teriam também o objetivo de reduzir o impacto da crise para os citricultores.
Na safra 2012/13, a CitrusBR trabalha com estimativa de que a exportação tenha novamente uma queda, para 1,05 milhão a 1,1 milhão de toneladas (equivalentes em suco congelado e concentrado).

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