Índios encerram protesto e decidem liberar rodovias de MT após acordo

Os indígenas cobram a revogação da portaria 303.
Bloqueio já dura quatro dias e causa prejuízos aos motoristas.

Do G1 MT

Inicialmente, índios chegaram a liberar apenas parcialmente a passagem de veículos pelas rodovias. (Foto: Reprodução / TVCA)

Índios de 8 etnias decidiram encerrar a manifestação que bloqueava as rodovias BR-174 e BR-364 em Mato Grosso, desde a última segunda-feira (27), após anúncio do Governo Federal de que uma nova reunião será marcada entre os indígenas e a Advocacia Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça e a Fundação Nacional do Índio (Funai), nesta sexta-feira (30), em Brasília. Dessa forma, as rodovias devem começar a ser liberadas.
De acordo com o coordenador regional da Funai de Cuiabá, Benedito César de Araújo, a reunião irá reabrir as negociações relacionadas a Portaria 303 da AGU que estabelece novas regras para a exploração de terras indígenas e revisão de demarcações. A portaria estava prevista para entrar em vigor em setembro deste ano e regulamentaria a atuação dos advogados públicos e procuradores em processos judiciais envolvendo a demarcação e o uso de terras indígenas.

De acordo com Araújo,  a liberação é definitiva, mas os manifestantes ainda estão sendo comunicados sobre a decisão. Ainda conforme o coordenador da Funai, o desbloqueio será lento devido à quantidade de caminhões que interditam as pistas em cerca de 60 km.
O diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Mato Grosso (Sindmat), Gilvando Alves de Lima, afirmou que os caminhoneiros começaram a liberar o tráfego nas rodovias após encerrarem um protesto paralelo realizado por eles, e que também interrompia o fluxo de veículos em dois pontos da estrada.
“O desbloqueio está contanto com apoio da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal para a retirada dos índios do meio da pista. A manifestação dos índios prejudicava o tráfego de caminhões e estava impedindo a categoria de trabalhar, gerando prejuízo '', afirmou Gilvando.
A reportagem tentou obter informações com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas não houve retorno sobre o tráfego nas rodovias.