Brasília (AE) - Em depoimento de dez minutos, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, negou envolvimento com o esquema investigado pela Operação Saint Michel, da Polícia Civil de Brasília, de fraude no sistema de bilhetagem do transporte público do Distrito Federal. "Todas as acusações são improcedentes, não passam de especulação desvairada", afirmou ele perante o juiz da 5ª Vara Criminal do DF, para logo depois optar pelo direito de ficar calado, alegando que as acusações estão sendo questionadas tecnicamente nas instâncias superiores.
A sessão, na qual foram interrogados sete réus da denúncia, teve um início tumultuado, com debate acalorado entre o advogado de defesa, Nabor Bulhões, e os promotores do Ministério Público, sobre o uso de algemas imposto a Cachoeira no traslado do presídio até o Fórum. "Não há nada mais covarde do que expor o preso à violação de sua incolumidade", protestou Bulhões. "O que fizeram é uma violência à lei e a constituição, uma agressão à incolumidade física e moral do preso", disse. O Ministério Público alegou que Cachoeira agrediu um agente carcerário e que a Justiça não atendeu a reclamação da defesa para que não fossem utilizadas as algemas.
Em depoimento à CPI Mista do Cachoeira, o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), confirmou que assessores do seu governo sofreram pressões para dar o contrato a uma empresa coreana, mas resistiram e não houve desvio de dinheiro público. Sete réus, dois deles ainda presos preventivamente, respondem pela tentativa de fraude. Um deles é o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que também foi preso, mas já está solto. Abreu, como os demais réus, também usou o direito de ficar calado.
Heraldo Puccini, diretor da Delta na região Sudeste, chegou a se emocionar ao negar envolvimento no esquema ou mesmo que conhecesse Cachoeira pessoalmente. Ele afirmou que só soube da denúncia após os fatos, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão. "Estou acabado", observou. Mas ele se negou a responder às perguntas do Ministério Público.
Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, acusado de chefiar uma quadrilha, desmantelada pela Operação Monte Carlo, suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e exploração de jogos ilegais em Goiás e no entorno de Brasília. No processo relativo à operação Saint Michel, que foi desencadeada há um mês pela Polícia Civil e o Ministério Público do DF, ele responde pelas acusações de tráfico de influência e formação de quadrilha. Antes da audiência, a defesa do bicheiro pediu ao Supremo Tribunal Federal habeas corpus para que ele não fosse algemado, mas o pedido foi negado.
Bulhões tem expectativa que a Justiça conceda alvará de soltura de Cachoeira nos próximos dias. Ele disse que seu cliente está à disposição da Justiça e espera que ele seja tratado com a dignidade que qualquer preso merece. Segundo ele, o MP e as autoridades policiais desobedecem súmula vinculante do STF que prevê uso de algemas apenas por bandidos perigosos, com histórico de violência e resistência a prisão. "Preso também tem direitos e não pode ser objeto de execração e abusos estatais", protestou.
A sessão, na qual foram interrogados sete réus da denúncia, teve um início tumultuado, com debate acalorado entre o advogado de defesa, Nabor Bulhões, e os promotores do Ministério Público, sobre o uso de algemas imposto a Cachoeira no traslado do presídio até o Fórum. "Não há nada mais covarde do que expor o preso à violação de sua incolumidade", protestou Bulhões. "O que fizeram é uma violência à lei e a constituição, uma agressão à incolumidade física e moral do preso", disse. O Ministério Público alegou que Cachoeira agrediu um agente carcerário e que a Justiça não atendeu a reclamação da defesa para que não fossem utilizadas as algemas.
Em depoimento à CPI Mista do Cachoeira, o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), confirmou que assessores do seu governo sofreram pressões para dar o contrato a uma empresa coreana, mas resistiram e não houve desvio de dinheiro público. Sete réus, dois deles ainda presos preventivamente, respondem pela tentativa de fraude. Um deles é o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que também foi preso, mas já está solto. Abreu, como os demais réus, também usou o direito de ficar calado.
Heraldo Puccini, diretor da Delta na região Sudeste, chegou a se emocionar ao negar envolvimento no esquema ou mesmo que conhecesse Cachoeira pessoalmente. Ele afirmou que só soube da denúncia após os fatos, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão. "Estou acabado", observou. Mas ele se negou a responder às perguntas do Ministério Público.
Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, acusado de chefiar uma quadrilha, desmantelada pela Operação Monte Carlo, suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e exploração de jogos ilegais em Goiás e no entorno de Brasília. No processo relativo à operação Saint Michel, que foi desencadeada há um mês pela Polícia Civil e o Ministério Público do DF, ele responde pelas acusações de tráfico de influência e formação de quadrilha. Antes da audiência, a defesa do bicheiro pediu ao Supremo Tribunal Federal habeas corpus para que ele não fosse algemado, mas o pedido foi negado.
Bulhões tem expectativa que a Justiça conceda alvará de soltura de Cachoeira nos próximos dias. Ele disse que seu cliente está à disposição da Justiça e espera que ele seja tratado com a dignidade que qualquer preso merece. Segundo ele, o MP e as autoridades policiais desobedecem súmula vinculante do STF que prevê uso de algemas apenas por bandidos perigosos, com histórico de violência e resistência a prisão. "Preso também tem direitos e não pode ser objeto de execração e abusos estatais", protestou.
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