Comércio de Belo Horizonte não pode mais cobrar pela embalagem.
Estabelecimentos que descumprirem norma podem ser multados.
Suely da Silva Pereira precisou pedir sacolas biodegradáveis no supermercado. (Foto: Carolina Farah/G1)
Irmãs encontram dificuldade para fornecimentode sacolas biodegradáveis
(Foto: Carolina Farah/G1)
A vendedora Suely da Silva Pereira também estranhou a falta das sacolas disponíveis nos caixas dos supermercados. “Não trouxe a minha sacola retornável porque não estava em casa. Além de pedir, tive que perguntar se estavam cobrando. Tenho visto que muitas sacolas estavam sendo cobradas e não eram biodegradáveis. Acho um absurdo. Se fosse para colaborar com o meio ambiente, não importaria de pagar. Mas a gente estava sendo enganado e pagando por algo que não existia”, disse.
Na padaria não foi diferente. As sacolinhas não eram vistas em lugar algum e nada era oferecido para embalar. O consumidor precisava solicitar a sacola ao funcionário. A engenheira Janaína da Silva disse que não concorda com o uso de sacolas plásticas, mas acha que as lojas devem deixar a embalagem à mostra para que o cliente decida se quer ou não usar. “Uso a sacola de plástico quando esqueço a retornável em casa. Tento reaproveitá-la no meu dia a dia para guardar comida ou até roupas que precisam de proteção. Penso que cada um deve fazer a sua parte”, ressaltou.
Gerente diz que supermercado faz campanhade consumo consciente (Foto: Carolina Farah/G1)
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, a medida é uma decisão administrativa cautelar do Procon-MG. O promotor Amauri Artimos da Matta entendeu que a venda de sacolas biodegradáveis teria provocado o fim da livre concorrência e prejuízo ao consumidor. Os estabelecimentos vão poder distribuir as sacolas biodegradáveis gratuitamente, mas não têm a obrigação de fazê-lo. Assim, os estabelecimentos podem distribuir as sacolas biodegradáveis gratuitamente, mas não têm a obrigação deste fornecimento. Segundo o Procon-MG, não houve benefício ambiental com a mudança, já que não há usinas de compostagem para as novas sacolas.
O presidente da Associação Mineira de Supermercado (Amis), José Nogueira Soares Nunes, informou que existe uma unidade de compostagem de sacolas biodegradáveis no bairro Califórnia, na Região Norte da capital. “A usina está preparada para receber o material dos 3% dos consumidores que fazem uso das sacola. Os 97% restante estão adeptos à sacola retornável”.
Representantes da Amis se reuniram nesta terça-feira (31) e orientaram que as empresas cumpram a determinação. Cada uma dela deve decidir como atender aos seus clientes quanto ao fornecimento da embalagem para as compras. A associação informou ainda que solicitou um prazo maior para adaptação à nova regra.
A distribuição das sacolas plásticas foi proibida em abril de 2011 na capital mineira e, desde então, os estabelecimentos comerciais passaram a vender as biodegradáveis por R$ 0,19. Agora, com a suspensão, as lojas que forem flagradas vendendo as sacolas podem ser multadas com valores que variam de R$ 556 a R$ 8 milhões.
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