MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Com fim da venda, clientes reclamam que lojas 'escondem' sacolinhas


Comércio de Belo Horizonte não pode mais cobrar pela embalagem.
Estabelecimentos que descumprirem norma podem ser multados.

Carolina Farah Do G1 MG

Suely da Silva Pereira precisou pedir sacolas biodegradáveis no supermercado. (Foto: Carolina Farah/G1)Suely da Silva Pereira precisou pedir sacolas biodegradáveis no supermercado. (Foto: Carolina Farah/G1)
As sacolas plásticas biodegradáveis não podem mais ser vendidas nos estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte, a partir desta quarta-feira (1º). Nesta manhã, o G1 foi conferir se a medida está sendo cumprida em estabelecimentos da capital. Nas três lojas percorridas, a sacola foi fornecida sem custo, porém, não estava em local visível e era distribuída somente para consumidores que solicitavam.
Irmãs encontram dificuldade para fornecimento de sacolas biodegradáveis. (Foto: Carolina Farah/G1)Irmãs encontram dificuldade para fornecimento
de sacolas biodegradáveis
(Foto: Carolina Farah/G1)
As irmãs Andréa e Sandra Siqueira de Araújo sentiram resistência dos estabelecimentos para fornecer a sacola de plástico. “Tivemos que pedir no supermercado e a balconista pegou algumas unidades. Pelo tamanho da nossa compra era insuficiente e tivemos que solicitar mais. Na drogaria, tivemos que pedir novamente. A atendente queria colocar as compras em um saco de papel, mas não aceitamos. Só depois que reclamamos que ela pegou a sacola embaixo do balcão”, contaram as enfermeiras. Na manhã desta quarta-feira (1º), as duas fizeram compras no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte.
A vendedora Suely da Silva Pereira também estranhou a falta das sacolas disponíveis nos caixas dos supermercados. “Não trouxe a minha sacola retornável porque não estava em casa. Além de pedir, tive que perguntar se estavam cobrando. Tenho visto que muitas sacolas estavam sendo cobradas e não eram biodegradáveis. Acho um absurdo. Se fosse para colaborar com o meio ambiente, não importaria de pagar. Mas a gente estava sendo enganado e pagando por algo que não existia”, disse.
Na padaria não foi diferente. As sacolinhas não eram vistas em lugar algum e nada era oferecido para embalar. O consumidor precisava solicitar a sacola ao funcionário. A engenheira Janaína da Silva disse que não concorda com o uso de sacolas plásticas, mas acha que as lojas devem deixar a embalagem à mostra para que o cliente decida se quer ou não usar. “Uso a sacola de plástico quando esqueço a retornável em casa. Tento reaproveitá-la no meu dia a dia para guardar comida ou até roupas que precisam de proteção. Penso que cada um deve fazer a sua parte”, ressaltou.
Gerente diz que supermercado faz campanha de consumo consciente (Foto: Carolina Farah/G1)Gerente diz que supermercado faz campanha
de consumo consciente (Foto: Carolina Farah/G1)
Abordado pelo G1, o gerente do supermercado visitado disse que a sacola biodegradável está disponível gratuitamente para todos os consumidores. Ele contou que a empresa está fazendo uma campanha de uso consciente e que, a cada R$ 50 em compras, o consumidor ganha uma sacola retornável comemorativa do aniversário da rede de supermercados.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, a medida é uma decisão administrativa cautelar do Procon-MG. O promotor Amauri Artimos da Matta entendeu que a venda de sacolas biodegradáveis teria provocado o fim da livre concorrência e prejuízo ao consumidor. Os estabelecimentos vão poder distribuir as sacolas biodegradáveis gratuitamente, mas não têm a obrigação de fazê-lo. Assim, os estabelecimentos podem distribuir as sacolas biodegradáveis gratuitamente, mas não têm a obrigação deste fornecimento. Segundo o Procon-MG, não houve benefício ambiental com a mudança, já que não há usinas de compostagem para as novas sacolas.
O presidente da Associação Mineira de Supermercado (Amis), José Nogueira Soares Nunes, informou que existe uma unidade de compostagem de sacolas biodegradáveis no bairro Califórnia, na Região Norte da capital. “A usina está preparada para receber o material dos 3% dos consumidores que fazem uso das sacola. Os 97% restante estão adeptos à sacola retornável”.

Representantes da Amis se reuniram nesta terça-feira (31) e orientaram que as empresas cumpram a determinação. Cada uma dela deve decidir como atender aos seus clientes quanto ao fornecimento da embalagem para as compras. A associação informou ainda que solicitou um prazo maior para adaptação à nova regra.
A distribuição das sacolas plásticas foi proibida em abril de 2011 na capital mineira e, desde então, os estabelecimentos comerciais passaram a vender as biodegradáveis por R$ 0,19. Agora, com a suspensão, as lojas que forem flagradas vendendo as sacolas podem ser multadas com valores que variam de R$ 556 a R$ 8 milhões.

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