MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 8 de maio de 2012

Clínica de Caruaru comenta relatório da Apevisa sobre casos de cegueira


Inspesão do órgão listou 54 irregularidades em todos os setores da clínica.
Instituto da Visão de Pernambuco diz que sempre teve licença renovada.

Do G1 PE

Jaime Brito, da Apevisa, mostra relatório em coletiva de imprensa (Foto: Katherine Coutinho/G1)Jaime Brito, da Apevisa, mostra relatório em
coletiva de imprensa (Foto: Katherine Coutinho/G1)
O Instituto da Visão de Pernambuco emitiu uma nota à imprensa, nesta terça-feira (08), comentando o anúncio feito pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) sobre o resultado da inspeção que listou 54 irregularidades envolvendo todos os setores da clínica. O estabelecimento, localizado em Caruaru, no Agreste do estado, é alvo de investigação desde que, no final de março, quatro mulheres perderam a visão após cirurgias para a correção de catarata. O relatório confirmou que as pacientes apresentaram complicações no pós-operatório devido a uma inflamação aguda no globo ocular, de origem bacteriana.

O Instituto da Visão de Pernambuco baseou seus esclarecimentos no material que foi publicado na imprensa, pois afirmou que ainda não recebeu o relatório, divulgado nesta manhã. A clínica informou que mantém a mesma infraestrutura física desde a sua inauguração, em 2008, e que sempre teve a licença de funcionamento renovada anualmente pela Vigilância Sanitária de Caruaru. "Tal infraestrutura, bem como os todos os procedimentos adotados pela clínica, sempre foram aprovados pelos órgãos de fiscalização", diz a nota oficial.
Segundo inspeção da Apevisa, irregularidades no processo de esterilização de materiais e instrumentais cirúrgicos seriam uma das causas da tragédia. Sobre o assunto, o Instituto falou que solicitou a verificação das autoclaves, equipamentos utilizados na esterilização dos instrumentos cirúrgicos da clínica, e a empresa responsável pela inspeção, certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentou laudo atestando que os aparelhos estão calibrados e em plenas condições de utilização, "atendendo a todos os parâmetros e padrões necessários à realização de uma esterilização adequada".

A clínica também diz que está colaborando com as investigações e prestando apoio às vítimas. Por fim, informou que “tão logo tiver acesso ao relatório divulgado pela Apevisa, analisará as respectivas conclusões e tomará todas as providências cabíveis”.
Leia a nota na íntegra:

Apesar de ainda não ter recebido o relatório da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), divulgado pela agência em coletiva realizada na manhã de hoje (8/5), o Instituto da Visão de Pernambuco esclarece os seguintes pontos, com base no que foi publicado na Imprensa sobre o assunto:

1) O Instituto da Visão de Pernambuco prestou os esclarecimentos e colaborou todas as vezes que foi solicitado, abrindo a clínica e fornecendo informações e documentos para as autoridades competentes, inclusive a Apevisa.
2) O Instituto de Visão de Pernambuco mantém a mesma infraestrutura física desde a sua inauguração, em 2008, e teve licença de funcionamento emitida e renovada anualmente pela Vigilância Sanitária de Caruaru desde a sua abertura. Tal infraestrutura, bem como os todos os procedimentos adotados pela clínica sempre foram aprovados pelos órgãos de fiscalização.
3) Depois de ter identificado a suspeita de infecção ocular nas pacientes e de ter assegurado o tratamento adequado no Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), no Recife (em 28/3), o Instituto imediatamente tomou a iniciativa no dia 29/3, de informar a Vigilância Sanitária de Caruaru. O objetivo foi dar a maior transparência possível ao caso e tomar todas as providências para a elucidação da intercorrência nos pacientes que realizaram cirurgia de catarata no dia 26/3/12.
4) O Instituto da Visão de Pernambuco solicitou a verificação das autoclaves, equipamentos utilizados na esterilização dos instrumentos cirúrgicos da clínica. A empresa responsável pela inspeção, certificada pela Anvisa, apresentou laudo atestando que os aparelhos estão calibrados e em plenas condições de utilização, atendendo a todos os parâmetros e padrões necessários à realização de uma esterilização adequada.
5) Desde o início da detecção da infecção até o presente momento, as pacientes e seus familiares têm recebido assistência e apoio necessários por parte Instituto da Visão de Pernambuco.
6) Tão logo tiver acesso ao relatório divulgado pela Apevisa, o Instituto da Visão de Pernambuco analisará as respectivas conclusões e tomará todas as providências cabíveis.

RelatórioO relatório será encaminhado para a Polícia Civil (PC), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Vigilância Sanitária de Caruaru e possíveis instâncias judiciais, caso os familiares queiram levar o caso à Justiça. "Eles [o Instituto Visão Pernambuco] já nos procuraram com o interesse de reabrir. Eles precisam nos entregar um cronograma de correções e começar a corrigir todos os problemas que encontramos. Quando a clínica tiver condições mínimas de funcionamento, poderão reabrir", afirma Brito.

A Vigilância Sanitária de Caruaru já recebeu o relatório. O MPPE foi procurado pelo G1, mas ainda não pode confirmar o recebimento, assim como a PC. Segundo a assessoria de imprensa da polícia, o delegado Leonardo Gama, da 3° Delegacia de Caruaru, ainda aguarda a representação das vítimas, que não prestaram queixa até o momento da publicação desta matéria, para dar andamento às investigações.

A clínica teve 15 dias para se defender. A Apevisa vai analisar a defesa para poder então decidir sobre as medidas punitivas a serem tomadas, que implicam desde uma advertência até a interdição definitiva do local, mais multa de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. "A punição independe de eles terem corrigido os problemas", avisa Brito.

Entenda o casoAs quatro mulheres foram submetidas à operação de catarata no dia 26 de março, no Instituto da Visão de Pernambuco. Após o procedimento, elas apresentaram um quadro grave de infecção. Por conta disso, elas foram encaminhadas para o Hospital de Olhos de Pernambuco, no Recife.

De acordo com a unidade da capital pernambucana, as pacientes chegaram em estado grave e a equipe não conseguiu recuperar a visão delas. O quadro é irreversível. No total, 15 pessoas trabalharam durante17 horas para tentar reverter a situação, mas sem sucesso. O bloco cirúrgico do Instituto da Visão de Pernambuco foi interditado pela Vigilância Sanitária do município no dia 30 de março.

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