Acervo inclui quatro milhões de documentos, alguns únicos.
Funcionários denunciam risco de incêndio no prédio histórico.
Durante a programação também serão recolhidas assinaturas que deverão ser encaminhadas à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), à qual o Apep é vinculado, solicitando providências para reverter a situação precária do órgão, e ao Ministério Público, para que interceda na questão.
O protesto começou a ser organizado depois de denúncia feita por uma funcionária do arquivo de que um curto-circuito ocorrido na madrugada de 18 de maio poderia ter provocado um incêndio no prédio centenário, pondo em risco o acervo de milhares de documentos. A denúncia ganhou as redes sociais, mobilizando a comunidade acadêmica de Belém e recebendo a adesão de pesquisadores e professores de História da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Segundo a funcionária, Ethel Valentina, o recente curto-circuito não é um fato isolado. Em 2011 teriam sido registradas pelo menos duas ocorrências semelhantes no prédio. Por causa dessa última, aparelhos elétricos, como condicionadores e desumidificadores de ar, começaram a ser desligados todas as noites, certamente acarretando prejuízo para a documentação, que precisa de climatização adequada.
História da Amazônia – Construído no século XVII para ser a sede do Banco Comercial do Pará, o local onde funciona o Apep é um importante monumento arquitetônico do Estado. Sua função de guarda de documentos produzidos pelo antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão e, posteriormente, Estado do Grão-Pará e Rio Negro, data de 1894, sendo oficializada no ano de 1901, quando foi criada a Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Apenas em 1986 a biblioteca e o arquivo se separaram, gerando unidades autônomas.
Ao longo de sua história, o Apep constituiu-se como o mais importante arquivo histórico da Amazônia e um dos mais destacados do Brasil. Em suas estantes, cerca de quatro milhões de documentos, muitos em exemplares únicos, levaram a Unesco a conceder ao arquivo o selo “Memória do Mundo”, em função de seu valor histórico e cultural.
Diariamente passam por sua sala de pesquisa estudantes, professores e pesquisadores de História e outras áreas de conhecimento, além de cidadãos buscando informações de caráter pessoal e familiar. "As informações guardadas no seu acervo são fundamentais para a construção do conhecimento histórico da Amazônia. A sua perda certamente comprometeria, de forma irremediável, a memória da região", acredita Ethel Valentina.
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