MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 27 de maio de 2012

Casal cria empresa de entrega de 'caixa surpresa' de produtos eróticos


PepperBox entrega caixinha com itens de sex shop pelo correio.
'A gente buscava uma maneira de ganhar dinheiro com isso', diz criador.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
Casados há seis anos, o técnico de laboratório Alan Cleber Borim e a analista de projetos Vera Meloni, ambos com 32, seguiram à risca uma das principais dicas sobre empreendedorismo dadas por especialistas e decidiram investir naquilo que dá prazer. No caso deles, a área escolhida foi, mais especificamente, a de produtos eróticos. O casal lançou, em abril, um serviço pela internet que envia, pelo correio, uma caixa 'surpresa' com artigos de sex shop, o PepperBox.
Os kits seguem o conceito já difundido no ramo de cosméticos e produtos de beleza, no qual empresas enviam mensalmente aos consumidores que adquirem o serviço amostras de novidades em uma caixinha pelo correio. Dessa forma, a 'surpresa' do que vai vir na caixa é o que instiga a compra do pacote - diferentemente das compras convencionais pela internet, onde o cliente escolhe o que deseja receber.
Alan a Vera apostam no serviço de entrega de produtos eróticos pelo correio e visam atingir público que tem vergonha de ir na sexshop (Foto: Eliezer Sarmento dos Santos/Divulgação)Alan a Vera apostam no serviço de entrega de produtos eróticos pelo correio e visam atingir público que tem vergonha de ir à sexshop (Foto: Eliezer Sarmento dos Santos/Divulgação)
“Na nossa vida particular, a gente sempre teve essa ideia de comprar um brinquedinho novo, uma coisinha diferente. Então, a gente estava buscando uma maneira de ganhar dinheiro com isso”, diz Borim.
A ideia da caixa com os produtos 'surpresa' veio de Vera, em uma conversa descontraída do casal em novembro do ano passado. Isso porque ela já tinha comprado, há algum tempo, a caixa com os produtos de beleza. “A gente pensou no nome no mesmo dia em que teve a ideia e fomos para o computador pesquisar”, revela Vera.
O casal elaborou os moldes do negócio até chegar ao resultado final. São três tipos de caixas: a soft, para os mais comedidos ou iniciantes no mundo de produtos eróticos (com itens como óleos corporais, velas sensuais, preservativos diferentes, cápsulas beijáveis, géis, minivibradores, entre outros), a warm, de nível intermediário (géis que esquentam e esfriam, vibradores, algemas com veludo, máscaras) e a hot (com artigos como chicotes e algemas). Os preços são R$ 69, R$ 100 e R$ 140, respectivamente, para uma entrega única. Mas há pacotes com descontos para assinaturas trimestrais e semestrais. Cada caixinha tem de seis a oito itens.
De acordo com Alan, a divulgação do que vem em cada caixa só acontece no final do mês, após a entrega dos kits aos clientes. A intenção é variar bastante todo mês, sempre com algo novo ou diferente.
“Não vamos mandar uma algema para quem está iniciando o uso desses produtos”, explica Alan. Os empresários também buscam enviar livros didáticos ou itens que auxiliem e estimulem o uso dos itens pelo cliente, de forma a fidelizar os compradores.
Caixinha tem de 6 a 8 produtos e é diferenciada por níveis: soft, worm e hot (Foto: Divulgação)Caixinha tem de 6 a 8 produtos e é diferenciada
por níveis: soft, warm e hot (Foto: Divulgação)
Para receber a caixa, os consumidores precisam fazer um cadastro no próprio site (www.pepperbox.com.br). Inicialmente, os empresários optaram por terceirizar o sistema de pagamentos - dessa forma, para efetuar a compra, o usuário é redirecionado para uma outra página.

O público alvo é, segundo Borim, pessoas que sempre tiveram vontade de usar os artigos de sex shop, mas têm vergonha de ir comprar na loja, além daquelas que já gostam dos produtos e querem estar sempre interadas das novidades.

De forma a evitar constrangimentos, a embalagem que chega pelo correio não tem descrição imagem de produtos eróticos.

Quebrando 'tabus'O casal criou também um blog com textos e informações para ‘desmistificar’ os artigos eróticos. Para os empreendedores, a ideia é justamente quebrar tabus a respeito do assunto. "Na verdade, eu só tenho um pouco de discrição no meu ambiente de trabalho, pois nem todos têm a cabeça aberta. No ciclo familiar, entre amigos, a gente divulga com orgulho o nosso negócio, estamos quebrando tabus", afirma Vera.
“A gente tem sempre que testar [os produtos] para ver se tudo que está escrito funciona"
Vera Meloni
Segundo os empresários, o foco é tanto para casais hétero como homossexuais. "Na hora do cadastro, o cliente aponta a opção sexual e nós vamos montar a caixinha de acordo com o que ele informou", explica. Apesar de acreditarem, inicialmente, que teriam muitos pedidos de homossexuais, o casal revela que a maioria das primeiras compras tem vindo de mulheres heterossexuais.
Para implantar o negócio, a empresária afirma que tirou muitos conhecimentos de um MBA de gestão empresarial que concluiu no ano passado. “Eu já sabia todos os passos, todo o projeto eu baseei pelo curso”, explica. Ela chegou até a esboçar os primeiros tópicos do plano de negócios - o que, afirma, deve concluir em breve.

Os primeiros pedidos já começaram a chegar. O casal, que vive na capital paulista, diz que já fez uma entrega para o interior de São Paulo e também já recebeu alguns pedidos para o Dia dos Namorados. Por enquanto, a entrega está sendo feita pelo Sedex.

Investimento
O investimento inicial no negócio até agora foi baixo: cerca de R$ 1,5 mil para ações como o desenvolvimento de logos, registro da empresa, compra dos primeiros produtos, adesivos e domínio na internet, por exemplo. O site foi elaborado por Borim mesmo, que trabalha na área de informática.

Por enquanto, a empresa começa pequena e ainda são poucos clientes. A expectativa é aumentar por conta do Dia dos Namorados. A principio, de acordo com Vera, as vendas estão sendo suficientes para cobrir os gastos com o envio e compra dos produtos. “Estamos levando como um plano B (...). Começou bem tímido, mas queremos que o plano B vire o plano A. Estamos buscando informações através de cursos, mais fornecedores”, explica. Por enquanto, ambos continuam trabalhando nos respectivos empregos.

E para garantir a qualidade da mercadoria, os empresários afirmam que buscam bons fornecedores – já participaram até de uma feira do setor credenciados como profissionais do ramo – e, claro, testam os produtos. “A gente tem sempre que testar para ver se tudo que está escrito funciona”, afirma Vera.

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