MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Passeios noturnos pelo Pantanal mato-grossense surpreendem turistas


Passeios levam até 2 horas e podem ser feitos de barco, de carro ou a pé.
Animais de hábitos noturnos são mostrados aos turistas.

Iara Vilela Do G1 MT

Pássaro Urutau tenta se camuflar entre os galhos das árvores (Foto: Fabiane Nascimento / Arquivo Pessoal)Pássaro urutau tenta se camuflar entre os galhos
das árvores (Foto: Fabiane Nascimento/
Arquivo Pessoal)
O Pantanal mato-grossense não reserva belezas e surpresas para os turistas apenas à luz do dia. Há muitas espécies de animais que possuem hábitos noturnos e, pensando nisso, a maioria dos hotéis e pousadas da região oferece passeios durante a noite. Conhecidos como "focagem noturna", os passeios começam depois que o sol se põe e podem ser feitos de barco, com um carro ou mesmo a pé.
Os instrutores usam um holofote para focar animais que passeiam pela escuridão. Os bichos mais vistos durante esse passeio são antas, jacarés, capivaras, corujas e, com sorte, o turista pode flagrar jaguatiricas e onças.
André Thuronyi é dono de uma pousada que fica no quilômetro 32 da Transpantaneira, rodovia que corta o Pantanal mato-grossense, e a apenas duas horas de viagem de carro de Cuiabá. Thuronyi afirma que os passeios noturnos reservam grandes descobertas para o turista. “Um dos objetivos do passeio é sair em busca de animais de hábitos noturnos e também sentir os cheiros, os sons e as cores da noite pantaneira. O turista entra em contato com um Pantanal diferente do que ele imagina”, detalhou.
Ninho de Japuíra chama atenção pelo tamanho e pela forma (Foto: Fabiane Nascimento / Arquivo Pessoal)Ninho de Japuíra chama atenção pelo tamanho
(Foto: Fabiane Nascimento / Arquivo Pessoal)
Com diárias a partir de R$ 150, a maioria dos hotéis e pousadas da região cobra os passeios à parte. A focagem noturna custa em média R$ 30. Ainda de acordo com o empresário André Thuronyi, uma das formas de passear pelo pantanal durante a noite é caminhando. “O turista vai a pé para observar animais e insetos que de certa forma respondem à luz da focagem. Temos por exemplo umas larvas que são coloridas e uma centena de animais que quando são focados, os olhos deles brilham em meio à escuridão”, explicou.
A estudante Fabiane Nascimento conheceu o Pantanal com os colegas do curso de Engenharia Ambiental. A faculdade em que estuda promoveu uma excursão para que o grupo pudesse viajar até Barão de Melgaço, cidade distante apenas 123 km de Cuiabá e que é conhecida como a mais pantaneira de todas, já que 98% de seu território fica em solo pantaneiro.
Segundo a estudante, um dos passeios mais emocionantes foi percorrer a maior área alagável do planeta durante a noite e à bordo de um barco e depois em um jipe. "Foi surpreendente. No passeio de barco não vimos muita coisa porque quando avistávamos algum bicho, ele se escondia na mata. Já por terra vimos muita coisa. Vimos muitos jacarés porque de acordo com o nosso guia era época de cheia, então eles apareciam em todos os lugares", explicou.
Fabiane contou ainda que, além dos jacarés, pôde ver várias aves, entre eles o urutau, pássaro que tenta se camuflar entre os galhos das árvores e passa desapercebido durante o dia. "O nosso passeio de barco durou uns 20 minutos e o de jipe também. Fomos na época da cheia e tinha muitos animais, muitas aves. Vale muito à pena ir conhecer o Pantanal porque a região é linda e muito bem preservada", afirmou a estudante.
A conservação do Pantanal também é uma preocupação tanto dos moradores e empresários quanto dos turistas. Segundo o empresário André Thuronyi, primeiro é necessário que o morador crie consciência ambiental para repassar isso para os turistas. "As pessoas só defendem e amam aquilo que elas conhecem. Por isso, apresentamos nosso território para os turistas de maneira que eles se surpreendam e com isso tentamos fazer com que eles passem a ser defensores desse Pantanal", descreveu.
Estações
O Pantanal atravessa todos os anos por três períodos que transformam completamente a paisagem. A estação das águas inicia em dezembro e segue até o mês de março, pois com as frequentes chuvas, tudo fica submerso e o Pantanal atravessa uma de suas épocas mais exuberantes. É neste período que o local se transforma na maior planície inundada do planeta. Entre os meses de abril e junho, as chuvas diminuem e o Pantanal vai deixando de ser coberto pela água. Este é o período de vazante da água. Já entre julho e novembro começa o período de seca. A vegetação pantaneira se transforma e apenas alguns rios e pequenas lagoas permanecem.

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