Centrais de genética da região esperam conquistar espaço internacional.
Para consultores, desafio está no crescimento da produção.
Embriões de zebu foram importados pela
primeira vez. (Foto: Reprodução/ Tv Integração)
As centrais de genética do Triângulo Mineiro estão na expectativa para exportar embriões de bovinos. O Brasil sempre foi referência mundial na produção de carne e, para crescer ainda mais e conquistar novos mercados, um importante passo está sendo dado. Embriões foram enviados pela primeira vez ao Canadá. Agora é torcer para que outras nações comecem a importar.primeira vez. (Foto: Reprodução/ Tv Integração)
Segundo o médico veterinário de Uberaba, Rafael Jorge Oliveira, a qualidade da carcaça e produtividade de Master, um touro da raça Nelore, filho do touro Bitelo, que é campeão do ranking em vendas de doses de sêmen no Brasil, chamaram a atenção de criadores norte-americanos. Dois irmãos dele, criados em laboratório a partir de técnicas de fertilização in vitro, estão no Canadá e, conforme o especialista, irão ajudar a melhorar as características do rebanho lá fora. “A ideia é levar para o mundo a rusticidade e características dele para fora do país”, afirmou.
Esta é a primeira vez que embriões de raças zebuínas são exportados e implantados em fêmeas norte-americanas. E não foram só nelores, exemplares da raça Guzerá, Gir Leiteiro e Girolando também foram enviados para o Canadá. Como o touro Vilão, que teve quatro irmãos paternos enviados para o exterior. Para o zootecnista Cristian Milani, o interesse dos canadenses está na qualidade e nas características do rebanho brasileiro. “É uma raça que consegue produzir leite no clima tropical. Temos alta produtividade e ela se adapta muito bem”,disse.
O primeiro passo antes da exportação de material genético é a escolha de um doador de sêmen. Depois do sêmen coletado ele é armazenado em uma temperatura de 190 graus abaixo de zero. E é sob olhar atento de técnicos, que um novo zebu começa a ser gerado. Do laboratório os embriões já saem prontos para serem implantados em fêmeas receptoras. Para a exportação, o material precisa ser congelado, o que diminui as chances de um resultado positivo. Atualmente, o índice médio de concepção é de 30% para cada embrião implantado.
Segundo Heverardo Rezende de Carvalho, diretor de uma empresa de genética bovina, a relação de mercado com os canadenses pode abrir outras portas para o Brasil. "Vamos mandar o material genético para diversos países para o pessoal experimentar a nossa genética e daí outros países podem conhecer nossa produção”, disse Heverardo.
O ex-ministro da agricultura e hoje consultor de mercado, Pratini de Moraes, acredita num futuro promissor para a carne bovina. "O desafio é crescer a produção para atender o crescimento do mercado”, afirmou o consultor.
Para a diretora de melhoramento genético da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Mariana Alencar, os animais incorporados no rebanho canadense já foram registrados. O desafio agora é acompanhar o desenvolvimento deles, já que o clima da América do Norte é o grande obstáculo a ser vencido. "Tem a questão de quebrar tabu para ver o potencial e as qualidades desses animais”, concluiu.
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