Atividade é promovida por equipe de psicologia durante sessões de hemodiálise, em alusão ao Janeiro Branco. Objetivo é que usuários falem a respeito dos sentimentos e emoções
Há dois anos, o seu Jeferson Brelaz, 59 anos, saiu do município de Juruti, no oeste do Pará, para fazer tratamento de hemodiálise no Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, também na região oeste do Estado. Além de mudar de cidade, ele teve que se adequar à rotina de sessões três vezes na semana, que é fundamental para a saúde de um paciente renal crônico.
E na quinta-feira (25), ele e outros pacientes da hemodiálise tiveram a oportunidade de falar sobre como se sentem e cuidar um pouco mais da saúde mental. E tudo isso foi promovido de uma maneira muito especial, através de um “bingo das emoções”.
“A gente se sente vivo, não se sente rejeitado. Isso faz com a gente sinta mais vontade de viver a vida, participar e saber que a gente tem valor. É muito importante. Muitas vezes o que a gente sente passa despercebido, mas essas ações trazem à tona o que a gente precisa”, comemorou o paciente.
A ação é realizada pela equipe de psicologia da unidade com todos os usuários em tratamento de hemodiálise e é alusiva à campanha Janeiro Branco, que tem o objetivo de alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como: ansiedade, depressão e pânico.
Bingo – Cada usuário recebeu uma cartela com várias emoções, como “Bem”, “Confiante”, “Alegre”, “Assustado”, “Ansioso”, “Inseguro”, entre outras. As “pedras” foram sorteadas e quem tinha a emoção na cartela, além de marcar, pôde falar sobre ela e em que momento da vida se sentia daquela forma.
“A gente sabe que o tratamento desgasta muito o paciente, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Então, tem dias que eles estão muito animados e outros que estão mais tristes. E a nossa dinâmica é uma oportunidade para que eles possam expressar os pensamentos e as emoções e para que a gente possa de alguma maneira intervir, para minimizar o sofrimento psíquico desses pacientes”, explicou a psicóloga Neidiane Costa.
O seu Manuel Livramento, de 62 anos, também aprovou a atividade. Ele é de Almeirim, oeste paraense, e faz hemodiálise no HRBA há quase oito anos. “Cada atividade que o hospital traz é uma alegria para a gente. É uma ação de poucos minutos, mas que provoca uma mudança muito grande na nossa vida, porque a gente se sente muito feliz”, destacou.
Referência - O Centro de Terapia Renal Substitutiva (CRTS) do Regional de Santarém é referência no tratamento de insuficiência renal para uma população de 1,4 milhão de habitantes residentes em 29 municípios do oeste do Pará.
Só no ano passado, a unidade realizou 30.400 sessões de hemodiálise, que consiste na ação de máquinas para a filtragem do sangue, retirando líquidos e toxinas, como ureia e creatinina. Uma média de 2.500 atendimentos por mês aos pacientes renais crônicos. As sessões são realizadas em quatro turnos, durante seis dias da semana.
“Sabemos da importância do tratamento de hemodiálise para os nossos pacientes e como essa rotina pode ser cansativa para eles. Por isso, sempre pensando no bem-estar dos nossos usuários, promovemos atividades lúdicas para tratar também da saúde mental deles, que é fundamental para uma melhor qualidade de vida. Aproveitamos a campanha Janeiro Branco para abordar esse tema, mas cuidar da mente dos nossos pacientes é uma preocupação nossa durante o ano todo. Por isso, prezamos por uma assistência humanizada e de excelência”, ressaltou o diretor-geral da unidade, Gean Francisco Cercal.
Serviço - O Hospital Regional do Baixo Amazonas é referência em média e alta complexidade e presta serviço 100% referenciado, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado. A unidade é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Ela funciona na avenida Sérgio Henn, nº 1100, no bairro Diamantino, em Santarém.
Texto: Ascom/HRBA
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