MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de julho de 2023

Da Civilização Ocidental à Civilização Acidental

 

BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

O lugar-comum, como o nome indica, é um sítio onde se junta muita gente vulgar. É o grande supermercado das ideias enlatadas e das palavras ou frases pasteurizadas e já fatiadas. Nuno Maria Côrte-Real para o Observador:


Trocámos a velha civilização ocidental do bem-comum pela civilização acidental do lugar-comum.

O lugar-comum, como o nome indica, é um sítio onde se junta muita gente vulgar. É o grande supermercado das ideias enlatadas e das palavras ou frases pasteurizadas e já fatiadas.

Com o intuito de evitar comprar e utilizar tais produtos, perniciosos pela origem suspeita, pela qualidade duvidosa ou por estarem já fora do prazo de validade, estabeleci um pequeno um glossário dos piores lugares-comuns, com a indicação do seu significado objectivo:

*Alavancar (pôr guito, se possível o dos outros);

*Alcoolemia (bebedeira, bezana);

*Alterações-climáticas (pedir dinheiro aos pais para ir fazer surf na Macaronésia);

*Animais humanos (pessoas com tantos direitos como os gatos);

*Área-de-conforto (depreciativo para bom-senso);

*Beicon (toicinho);

*Bio-degradável (pode-se deitar fora para o passeio ou para a praia, sem precisar de pôr no caixote do lixo);

*Ceviche (Vichyssoise kitada, de última geração);

*Condição-feminina (quotas);

*Degustar (comer mal e pretensiosamente);

*Discurso de ódio (embirração por quaisquer ideias ou comportamentos aprovados pelo catecismo politicamente correcto);

*Eco-resort (empreendimento privado que sacou financiamentos do Estado ou da Europa);

*Empobrecimento do país (leitmotiv para acabar com o Estado Social);

*Empoderamento (capacitação, em português razoável);

*Energias-renováveis (fundos europeus e mais taxas para cima do consumidor);

*Erasmus (substituto fofinho da antiga guerra do Ultramar);

*Europa (o mítico País da Cocanha, onde tudo cai do céu);

*Evento (cantina com mais uns enfeites e hospedeiras giras);

*Experienciar (consumo estúpido destinado a ser exibido no Instagram);

*Género (genocídio da raça inferior masculina);

*Gentrificação (pôr janelas de PVC em prédios pombalinos);

*Ginásio (engates, só para maiores de 45 anos);

*Globalizar (paraísos fiscais ou operários indonésios ao preço da uva mijona);

*Imparidades (calotes)

*Influencer (pessoa disléxica que não acabou o liceu mas tinha jeito para pôr a malta a rir dos professores e agora usa o You Tube).

*Janela de Oportunidade (tacho, cunha)

*Jovem/Juventude/Juvenil (etiquetas para amansar, dar graxa ou usar politicamente os adolescentes rebeldes);

*Lactose (não gostar de leite);

*Mente-aberta ou o seu antónimo mente-fechada (aqueles que não pensam como nós);

*Mito-urbano (tanga, no tempo dos nossos avós dizia-se pêta);

*Muito-á-frente (chico-esperto);

*Narrativa (lérias)

*Populismo (a demagogia dos outros partidos);

*Vegan (não gostar de touradas, prefirir charros);

*Verde (aceitável apenas no caso do Sporting e relativamente a substâncias etílica);

*Viajar (fuga da prisão-de-Alcatraz-do dia-a-dia);

*Sexista (heterossexual, sobretudo se for homem);

*Sunset (pôr-do-sol quando se está num bar);

*Sustentabilidade (abolir totalmente os impostos, como defendiam os anarquistas russos do seculo XIX, Bakunine e Kropotkine).
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