BLOG ORLANDO TAMBOSI
A liberdade leva à ordem espontânea, geralmente muito boa. A economia também o faz —e deveria fazer mais. Deirdre McCloskey para a FSP:
Muita coisa que nós, humanos, fazemos requer um líder. Uma família, um time de futebol, uma empresa.
Os
cidadãos americanos têm menos problemas do que as pessoas que vivem em
sociedades mais hierárquicas, como o Reino Unido ou a Itália, para
escolher um líder temporário para um pequeno trabalho: um "zagueiro",
como é chamada uma das posições no futebol americano, ou "a cozinha
dela", quando as mulheres cooperam para fazer uma refeição.
Mas exageramos a importância dos líderes.
Olhando
para trás, para os pequenos grupos de caçadores-coletores nos quais
evoluímos durante centenas de milhares de anos, imaginamos erroneamente
que um macho alfa comandasse aquele show. Não.
A
liberdade é a herança genética humana. Sair do grupo foi muito fácil,
pegar uma pedra para atirar contra um pretenso tirano também foi muito
fácil, cooperação entre as mulheres contra a dominação masculina, muito
fácil para deixar o Querido Líder vencer.
É verdade que nós também o adoramos. Esse é o outro instinto autoritário do ser humano, em confronto com a liberdade.
De
modo assustador, Donald Trump recentemente elogiou como "fortes e muito
inteligentes" seus bons amigos Vladimir Putin, Xi Jinping e Kim
Jong-un.
O
diagnóstico psicológico aqui tem que ser a projeção de sua psicopática
falta de simpatia humana e a frustração pelo fracasso em estabelecer o fascismo nos Estados Unidos.
Vinte
e cinco por cento ou mais do eleitorado dos EUA ainda o apoiam, o
suficiente no Partido Republicano para vencer em nosso terrível sistema
de eleições "primárias". Aguarde para ver Donald candidato em 2024. Se
os elogios a alguns dos piores tiranos, que dominam entre um terço e
metade da humanidade, não o impedirem, os 25% sempre votarão nele.
Em
todos os países, incluindo o Brasil, parece que cerca de um em cada
quatro habitantes são os próprios fascistas de Deus. Felizmente, no
restante de nós, prevalece o instinto de liberdade do caçador-coletor.
No
entanto, como podemos fazer as coisas sem um líder? Por um lado,
podemos fazê-las com um líder decididamente temporário, democraticamente
escolhido, mas constitucionalmente restrito. Observe, no entanto, que
muito do que fazemos não requer liderança nenhuma.
A
língua portuguesa não tem patrão. Você escolhe sua música, sua leitura,
seus amigos e, hoje em dia, até mesmo seus cônjuges sem intervenção do
Estado ou dos mais velhos.
A liberdade leva à ordem espontânea, geralmente muito boa. A economia também o faz —e deveria mais.
Postado há 5 days ago por Orlando Tambosi
Nenhum comentário:
Postar um comentário