MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 1 de janeiro de 2023

Bolsonaro viajou, mas antes assinou os atos nomeando os comandantes militares de Lula

 



Um capítulo se encerrou e um novo tempo começa a partir de hoje

Pedro do Coutto

O ex-presidente Jair Bolsonaro – como será qualificado a partir de hoje – viajou para Orlando com uma equipe não revelada de assessores e assim assinou mais um capítulo negativo da história política brasileira, recusando-se a transmitir a faixa presidencial ao seu sucessor legitimamente eleito em outubro. Não transmitiu a faixa e deixou uma incógnita a ser resolvida provavelmente no amanhecer de hoje: quem realizará o ato simbólico que marcará a transição do poder ?

O ex-vice-presidente Hamilton Mourão disse que seria era ele. Fica um problema ético. Mas, na prática, Jair Bolsonaro ao nomear o general Júlio Cesar Arruda para o comando do Exército, o almirante Marcos Sampaio Olsen para a Marinha e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno para a Aeronáutica, sem dúvida, incorporou essas nomeações no crepúsculo de seu governo e na alvorada do que se instala hoje no país.

DESFECHO – As últimas declarações de Jair Bolsonaro condenando atentados terroristas desagradou os radicais que se concentravam em frente ao QG de Brasília pedindo pelo golpe militar e, portanto, que  fosse violado o desfecho das urnas democráticas. Um novo tempo começa hoje e é preciso que o governo Lula corra contra o tempo, pois os atrasos existentes são muito grandes.

A fome pode ser considerada o símbolo do extremo agravamento dos problemas que agridem diariamente a população brasileira. Planos frustrados, especialmente os do ministro Paulo Guedes, são amplos e irreversíveis. Os fracassos estão contidos na excelente reportagem de Idiana Tomazelli, edição deste sábado, da Folha de S. Paulo. Um deles, acentuo, o compromisso de Guedes de economizar R$ 100 bilhões que, segundo ele próprio anunciou, totalizariam R$ 1 trilhão no final da década.

REFINO –  O senador Jean Paul Prates,  escolhido por Lula para presidir a Petrobras, após superar, digo, obstáculos legais, numa entrevista a Manoel Ventura, Alice Cravo e Bruno Góes, O Globo, anunciou as bases principais da política de preços que pretende colocar em prática e, além disso, investir fortemente no setor de refino, uma vez que o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo com cerca de três milhões de barris por dia, mas não é autossuficiente no refino para gasolina, óleo diesel e gás importados do exterior.

Esse aspecto é fundamental. E remete ao passado quando da campanha contra a criação da Petrobras e, principalmente, contra a expansão da estatal. O processo de expansão da Petrobras foi marcante no governo Juscelino Kubitschek. Ele assumiu uma produção diária de 5 mil barris por dia e deixou, em 1960, uma produção total de 100 mil barris por dia, um terço do consumo da época.

É claro que os fornecedores do petróleo ao nosso país não eram favoráveis a esse resultado e a esse rumo. Agora, provavelmente, o mesmo sucede quanto ao refino. Os fornecedores (e também os intermediários) seguramente não desejam perder o mercado brasileiro. É da eterna política econômica que se movimenta no mundo todo. Mais uma etapa a ser vencida na história do petróleo cujo ciclo começa a ser abalado pela eletricidade. Mas ainda existe um longo caminho pela frente.

NOVA ALVORADA – Desejo a todos os eleitores e eleitoras Feliz Ano Novo e sucesso na caminhada, acrescento que a esperança maior é a de que  teremos pela frente um governo comprometido com a criação e não com a negação que tanto afeta a consciência e a vida humana.

Que sigamos juntos, ainda que com divergências, é normal, mas em busca do desenvolvimento social, do progresso econômico e com a plenitudade e a certeza que todos, sem exceção, terão condições de viver com mais dignidade .

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