O
ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) trocou tiros com agentes da
Polícia Federal na manhã deste domingo, 23, ferindo dois agentes. O
caso aconteceu no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, onde
Jefferson cumpre prisão domiciliar desde o começo do ano. De acordo com a
PF, os agentes cumpriam um mandado de prisão contra ex-deputado, quando
Jefferson reagiu à abordagem com armas e granadas. Ambos estariam fora
de perigo. “Policiais federais foram à casa do alvo para cumprir ordem
de prisão determinada, na data de ontem (sábado, 22), pelo STF, e
durante a diligência, na manhã de hoje (domingo, 23), o alvo reagiu à
abordagem da PF que se preparava para entrar na residência. Dois
policiais foram atingidos por estilhaços, mas passam bem. A diligência
está em andamento”, informou em nota a PF do Rio. Jefferson já está
preso e vai responder por tentativa de duplo homicídio. Em nota,
Bolsonaro repudia a atitude de Jeferson e nega que ele seja seu aliado
(foto). Em vídeos compartilhados nas
redes sociais, a filha de Jefferson e também ex-deputada, Cristiane
Brasil, afirmou que o pai estava enfrentando os policiais à bala, e
classificou a Polícia Federal como “a gestapo do Xandão”, em referência
ao presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, e a polícia da
Alemanha nazista. O caso acontece um dia depois do ex-deputado atacar
com xingamentos a ministra do STF, Cármen Lúcia. “Meu pai hoje está
enfrentando hoje, domingo, meio-dia, a gestapo do Xandão, sozinho, a
balas, pois não vai se entregar ao totalitarismo, à ditadura, do
Judiciário sobre a democracia”, disse Cristiane. “Isso é só o estopim do
que vai acontecer daqui para frente caso aconteça alguma coisa com meu
pai. O que eu tenho para dizer para vocês é que ele não vai se entregar.
Meu pai não vai se entrega. Acabou. A masmorra para ele acabou. Ninguém
vai calar a voz de um inocente”, acrescentou Cristiane. Um vídeo
compartilhado nas redes sociais por parlamentares de direita mostra o
que parece ser um circuito interno de segurança da casa de Roberto
Jefferson. Uma voz, que se assemelha a do ex-deputado, começa a dizer
que não vai se entregar. “Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de
abuso. Infelizmente. Eu vou enfrentá-los”, disse. Em outro vídeo,
aparentemente no mesmo local, a narração diz: “Eu vou mostrar a vocês
que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles, ó”. No local
onde, no começo do vídeo, se viam os agentes e uma viatura da PF, apenas
a viatura permanecia no local, com o que parecia ser um rastro de
sangue. “Já é a quarta vez que esses caras voltam aqui. Chega, o pau
cantou”. BOLSONARO REPUDIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL)
afirmou hoje (23) que repudia os ataques feitos pelo aliado Roberto
Jefferson (PTB) contra a ministra Carmen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal
Federal), e a reação armada dele contra os agentes da PF (Polícia
Federal). Bolsonaro nega que Jefferson seja aliado. Os policiais
cumpriam mandato de prisão em sua residência em Levy Gasparian, no Rio
de Janeiro, a pedido do Supremo, quando ele atirou contra os agentes. A
operação ocorreu um dia após Jefferson xingar a ministra do STF e a
comparou a "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas". No Twitter,
Bolsonaro afirmou ainda que enviou o ministro da Justiça, Anderson
Torres, para o Rio de Janeiro para acompanhar a situação, classificada
pelo chefe do Executivo como "lamentável episódio".
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