Percival Puggina
Pela portaria mosquito não passa. Mas há uma entrada lateral para elefantes. Intimidar o queixoso é prática recorrente no TSE. Na sociedade da informação, desinformar é tarefa comum e universal.
Tem sido assim ao longo dos últimos meses no pleito brasileiro. Agora, no estágio final, a equipe de Bolsonaro encaminhou a derradeira denúncia: a não divulgação de um número alarmante de veiculações publicitárias em rádio e TV. A reação imediata do xerife da eleição foi tratar o fato com a habitual animosidade. Disse que a reclamação poderia constituir crime. E as provas? No dia seguinte, as provas caíram sobre sua mesa. O que fez Alexandre de Moraes? Afirmou que não era assunto dele. A ele interessava – vejam só! – saber, imediatamente, quanto custou e de onde veio o dinheiro para fazer a auditoria que produziu aquelas provas!
Valha-me Deus! É isso que chamam “estado de direito”? É assim que se faz a “defesa da democracia”?
Onde estão os observadores internacionais? Sete deles integram as Missões de Observação Eleitoral (MOEs) Internacional e observam o sistema sob o ponto de vista técnico (urnas, votação, transmissão, totalização, etc.). O maior número, porém, observa o sistema como um todo. São, na maioria, instituições políticas, culturais e de ensino interessadas em conhecer e avaliar a qualidade da democracia brasileira.
Eles, portanto, estão vendo o que a velha imprensa relata e não relata. Estão presenciando a mais manipulada de nossas eleições: a prática da intimidação e da censura, a conduta militante padronizada do jornalismo, o fato de o tribunal exigir que um dos candidatos, não por acaso o da esquerda, seja tratado pela corrente oposta como se não tivesse passado, nem amizades, nem relações internacionais sobejamente conhecidas. O que dizem esses observadores? Nada!
Não observam
que no homogêneo oceano de uniformidades que é o jornalismo nacional, há
quatro anos alinhado à oposição, estão sob censura e intimidação uns
poucos veículos que atuam com sucesso no ambiente digital como reduto do
pluralismo e qualidade, como Jovem Pan, Brasil Paralelo, Revista Oeste,
Gazeta do Povo? Ninguém sabe, ninguém viu a tesoura que desabou sobre
dezenas, se não centenas de influenciadores digitais, encerrando
páginas, perfis, canais e microempresas individuais.
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