Há quatro anos um comprador tenta assumir controle da empresa que a J&F vendeu. Augusto Nunes:
Na
era PT, Joesley Batista prosperou meteoricamente por ter virado sócio
do Clube dos Campeões Nacionais. Em tese, a entidade reuniria sumidades
da indústria brasileira que, com o apoio do governo petista, mostrariam
aos gringos que com o Brasil ninguém pode. Na prática, a ideia de jerico
selecionou, com base em critérios suspeitíssimos, um bando de
espertalhões que teriam a conta bancária anabolizada por bilionários
empréstimos-donativos do BNDES. Parte da catarata de dinheiro saiu pelo
ralo de fantasias megalômanas, como as miragens de EIke Batista. Outra
parte matou a sede de criaturas que não conseguiriam sobreviver por
conta própria. Foi o caso dos filhotes da J&F.
No
governo Michel Temer, ao entrarem na mira da Lava Jato, Joesley e seus
batistas trataram de safar-se da cadeia e da falência com o que batizei
de meia delação premiadíssima. O candidato a campeão nacional da
safadeza contou um pouco do muito que sabia (e sabe). Em troca, recebeu
uma multa de pai para filho e as bênçãos da Procuradoria Geral da
República, que lhe assegurou o direito de ir e vir depois de um
curtíssimo estágio na gaiola. Em países menos complacentes, ele teria
perdido a liberdade e a vida mansa há muito tempo. Aqui, continua à
solta, e tentando tapear empresários estrangeiros efetivamente dispostos
a apostar no Brasil.
Poucas
espécies de chicaneiros são tão detestáveis quanto os especialistas em
litigância de má-fé. Traduzindo o juridiquês: até bebês de colo e índios
de tribos isoladas sabem qual das partes de uma disputa judicial tem
razão, mas o lado errado segue mobilizando tropas de doutores na busca
de uma improvável vitória por cansaço, por cumplicidade de operadores da
Justiça ou por interferência do velho e cafajeste tapetão. Todos os
buracos, brechas e fissuras da legislação são explorados para amparar
infinitos recursos que adiam a decisão derradeira sobre uma pendência
que não comporta uma única e escassa dúvida sobre quem tem razão. Pois
Joesley e sua turma vêm ultrapassando todos os limites do tolerável
nesse tipo de patifaria.
Desde
setembro de 2017, por exemplo, o ex-devedor preferido do BNDES têm
impedido, com truques, trampas e trapaças, que a Paper Excellence,
pertencente a um grupo multinacional, assuma o controle da Eldorado,
produtora de celulose vendida pela J&F por 15 bilhões de reais. Como
o preço da celulose subiu logo depois do acerto, Joesley resolveu
extorquir mais 6 bilhões por fora. A Paper preferiu lutar na justiça.
Descobriu recentemente que brasileiro malandro desrespeita até decisão
unânime de um tribunal arbitral. Derrotado por 3 a 0, Joesley encomendou
mais um recurso.
A
Paper está pronta há quatro anos para aplicar no Brasil o dinheiro que
Joesley vem desviando para o exterior. O fantasma da insegurança
jurídica pode afugentar empresários que só investem em lugares sérios.
Como já ocorre em outros países, Joesley deveria ser tratado como um
incurável caso de polícia também no Brasil. Mas ainda circula por aí
caprichando na pose de case de sucesso.
No
governo Michel Temer, ao entrarem na mira da Lava Jato, Joesley e seus
batistas trataram de safar-se da cadeia e da falência com o que batizei
de meia delação premiadíssima. O candidato a campeão nacional da
safadeza contou um pouco do muito que sabia (e sabe). Em troca, recebeu
uma multa de pai para filho e as bênçãos da Procuradoria Geral da
República, que lhe assegurou o direito de ir e vir depois de um
curtíssimo estágio na gaiola. Em países menos complacentes, ele teria
perdido a liberdade e a vida mansa há muito tempo. Aqui, continua à
solta, e tentando tapear empresários estrangeiros efetivamente dispostos
a apostar no Brasil.
Poucas
espécies de chicaneiros são tão detestáveis quanto os especialistas em
litigância de má-fé. Traduzindo o juridiquês: até bebês de colo e índios
de tribos isoladas sabem qual das partes de uma disputa judicial tem
razão, mas o lado errado segue mobilizando tropas de doutores na busca
de uma improvável vitória por cansaço, por cumplicidade de operadores da
Justiça ou por interferência do velho e cafajeste tapetão. Todos os
buracos, brechas e fissuras da legislação são explorados para amparar
infinitos recursos que adiam a decisão derradeira sobre uma pendência
que não comporta uma única e escassa dúvida sobre quem tem razão. Pois
Joesley e sua turma vêm ultrapassando todos os limites do tolerável
nesse tipo de patifaria.
Desde
setembro de 2017, por exemplo, o ex-devedor preferido do BNDES têm
impedido, com truques, trampas e trapaças, que a Paper Excellence,
pertencente a um grupo multinacional, assuma o controle da Eldorado,
produtora de celulose vendida pela J&F por 15 bilhões de reais. Como
o preço da celulose subiu logo depois do acerto, Joesley resolveu
extorquir mais 6 bilhões por fora. A Paper preferiu lutar na justiça.
Descobriu recentemente que brasileiro malandro desrespeita até decisão
unânime de um tribunal arbitral. Derrotado por 3 a 0, Joesley encomendou
mais um recurso.
A
Paper está pronta há quatro anos para aplicar no Brasil o dinheiro que
Joesley vem desviando para o exterior. O fantasma da insegurança
jurídica pode afugentar empresários que só investem em lugares sérios.
Como já ocorre em outros países, Joesley deveria ser tratado como um
incurável caso de polícia também no Brasil. Mas ainda circula por aí
caprichando na pose de case de sucesso.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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