Quando concluída, a Fiol terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas por ano, com a Bamin utilizando apenas um terço desse potencial.
Foto: Olhos de Lince Filmes/Divulgação BAMIN
Após a assinatura do contrato de concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - Fiol com o Governo Federal, a Bamin vai retomar a construção, até então administrada pela Valec. A ferrovia é fundamental para a consolidação de um novo corredor logístico de exportação para a Bahia e o Brasil e promoverá um novo ciclo de crescimento regional da mineração e do agronegócio.
A Fiol foi arrematada em leilão do
Ministério da Infraestrutura, em abril, na B3, em São Paulo. Para
concluir a construção da ferrovia, o investimento do Bamin será de R$
3,3 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão em obras civis e R$ 1,7 bilhão em
material rodante, como vagões e locomotivas. A subconcessão tem a
duração de 35 anos, sendo cinco para construção e 30 anos para
exploração.
Quando concluída, a Fiol terá capacidade para
movimentar 60 milhões de toneladas por ano, com a Bamin utilizando
apenas um terço desse potencial. Dois terços dessa capacidade estarão
disponíveis para outras mineradoras, agronegócio, e todos os demais
setores que precisarem escoar seus produtos e receber insumos, máquinas e
implementos agrícolas.
Para a Bamin, a importância da Fiol é
dupla, pois faz parte de um projeto de logística integrada que liga a
Mina Pedra de Ferro, em Caetité, ao Porto Sul, que está sendo construído
em Ilhéus. A mineradora começou a produzir minério de ferro neste ano e
deve movimentar 1 milhão de toneladas. Quando o Porto Sul e a Fiol
forem concluídos, até 2026, a Bamin será capaz de produzir 18 milhões de
toneladas por ano.
Próximos passos
Assim
que o acordo for assinado, a empresa terá 120 dias para entender o
andamento da obra, e avaliar outras questões relacionadas. Será uma fase
preliminar para a elaboração do plano de retomada das obras civis
previstas para o segundo semestre de 2022.
A retomada da
construção gera expectativas de desenvolvimento, seja no âmbito federal,
pelo que a Fiol representa em termos de fortalecimento do modal
ferroviário e ganhos para o comércio exterior brasileiro, seja no âmbito
local, nos 20 municípios que estão ao longo do traçado da nova
ferrovia.
A mineradora prevê instalar mais de 30 pátios de
carga ao longo da rota, criando oportunidades para os produtores
regionais, potencializando as cadeias produtivas instaladas ao longo do
caminho. Por onde a ferrovia passar, possibilitará novos negócios,
arrecadação de impostos, geração de empregos e renda. O Ministério da
Infraestrutura estima a geração de 55 mil empregos diretos e indiretos
com a construção da ferrovia, em cinco anos.
Impulso para minério e agronegócio
A
importância da Fiol vai muito além da Bamin, beneficiando toda a
mineração baiana, que possui inúmeras outras empresas do segmento, ao
alcance da ferrovia. É também um grande incentivo para o agronegócio,
reduzindo custos, motivando novos e maiores investimentos. “A Mina Pedra
de Ferro, Porto Sul e agora a Fiol, que a Bamin está desenvolvendo na
Bahia, constituem um marco histórico de transformação para a economia,
para o orgulho e a autoestima da população do estado e de todos os
brasileiros. Estamos construindo um novo corredor logístico para
integrar o Oeste com o Leste do Brasil, com um novo e importante
corredor de exportação. Tanto a Fiol quanto o Porto Sul certamente
contribuirão para o crescimento e o desenvolvimento sustentável da
região. O estado da Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na
economia nacional, tornando-se também o terceiro maior produtor de
minério de ferro do país, gerando riquezas, distribuição de renda e
elevando a qualidade de vida de sua população”, afirma Eduardo Ledsham,
CEO da Bamin.
Para a Associação de Agricultores e Irrigantes -
Aiba, a Fiol é muito bem-vinda, pois o novo modal vai reduzir os custos
de transporte. A estimativa da entidade é conseguir embarcar mais de 10
milhões de toneladas de grãos e fibras anualmente. “Porém, há uma
grande quantidade de carga ainda não dimensionada nas áreas da pecuária,
piscicultura, madeira, celulose e fruticultura, com a expansão da área
de cacau no Oeste, e de banana, em que a Bahia é o maior produtor do
país”, diz Odacil Ranzi, presidente da Aiba.
Uma ferrovia em três etapas
A
Fiol foi planejada em três etapas. A Bamin arrematou em leilão o Trecho
1, que conecta as cidades de Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba,
Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu,
Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do
Antônio, Ibiassucê e Caetité.
Com mais dois trechos a serem
construídos futuramente, a Fiol terá um total de 1.527 km, chegando ao
Tocantins onde poderá ser conectada à Ferrovia Norte-Sul. O projeto do
trecho 2 vai de Caetité a Barreiras e o terceiro trecho vai até o
Tocantins, na cidade de Figueirópolis.
Porto Sul viabiliza corredor de integração logística e de exportação
Em
construção em Ilhéus, o Porto Sul está sendo construído em parceria com
o Governo do Estado. O novo porto é parte fundamental para permitir,
junto com a Fiol, a criação de um corredor logístico de exportação,
conectando uma região produtora ao mercado externo.
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