Os dados foram revelados pela pesquisa desenvolvido pela associação Zetta. O levantamento mostra que os jovens, os mais escolarizados e os com maior poder aquisitivo são os que mais utilizam a ferramenta.
Farmácias, supermercados, padarias e serviços médicos. Esses são os lugares onde quase 70% dos brasileiros têm a intenção de fazer seus pagamentos via Pix. O dado mostra que o potencial de uso para o meio de pagamento disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, é massivo no país. A descoberta vem de um estudo publicado hoje pela Zetta, associação de empresas de tecnologia que atuam com serviços financeiros digitais. O levantamento utilizou números do DataFolha.
A oportunidade para o
Pix é crescente desde o lançamento da ferramenta em fevereiro deste ano.
De acordo com os dados do Banco Central referente a junho de 2021, já
são 254 milhões de chaves cadastradas, sendo 95,9% de pessoas físicas, e
4,1% de pessoas jurídicas.
O levantamento mostrou que o
cadastro de chaves (que permitem pagamentos usando a plataforma) é maior
entre os mais jovens (18 a 24 anos de idade) -- com 70% já registrados.
Entre os idosos (60 a 79 anos), o índice cai para 24%. "A aderência do
Pix atualmente está com o público mais acostumado com a utilização de
serviços financeiros digitais, evidenciando a importância da educação
financeira e a familiaridade com a tecnologia no Brasil", explica Bruno
Magrani, presidente da Zetta.
Um exemplo desse comportamento é
o uso majoritário do Pix no ambiente online: 40% dos brasileiros que
consomem produtos e serviços via Pix fizeram pagamentos exclusivamente
por meio online e apenas 17% de forma presencial. "Isso só reforça a
importância da chegada do Pix em meio ao primeiro ano da pandemia,
representando um marco no modo como o brasileiro lida com as suas
finanças", comenta Magrani.
A plataforma também se destaca
entre os mais escolarizados (80% entre os que têm ensino superior
possuem chaves cadastradas) e com maior poder aquisitivo (75% entre os
que ganham acima de cinco salários mínimos). No total, 96% dos
entrevistados disseram que conhecem o Pix ou já ouviram falar sobre ele.
Desses, 49% afirmaram ainda que possuem chaves cadastradas na
plataforma em pelo menos uma instituição financeira. Nas regiões
metropolitanas, esse número chega a 57%.
Alto potencial em comércios
Para
Magrani, o uso do Pix representa um marco no modo como o indivíduo lida
com as suas finanças. "Há uma série de novas funcionalidades em
desenvolvimento, que deve ajudar a diversificar os usos do Pix,
especialmente para pagamentos no comércio, indo muito além de apenas
transferências entre pessoas, finalidade que já se consolidou logo nos
primeiros meses de operação da plataforma."
“Há uma série de
novas funcionalidades em desenvolvimento, que deve ajudar a diversificar
os usos do Pix, oferecendo mais liquidez e possibilidades de
financiamento, além de faturamento adicional para comércios de todos os
tamanhos”, explica François Martins, vice-presidente da Zetta.
Entre
os entrevistados para o estudo, 92% já usam o Pix para transferências e
73%, para pagamentos de produtos e serviços; entre esses 73%, 67%
utilizam a plataforma como forma de pagamento para pessoas físicas e
57%, para pessoas jurídicas.
Estima-se ainda que a adoção do
Pix no comércio hoje esteja sub-representada, já que muitos comerciantes
e prestadores de serviços utilizam suas chaves como pessoa física para
receber pagamentos. E isso também vale para os trabalhadores informais,
sem CNPJ, profissionais que representam uma parcela crescente com a
pandemia da Covid-19 e o agravamento do desemprego. "Os pequenos
empreendedores já enxergam valor no Pix para vender mais, mesmo com o
uso das chaves, e isso deve avançar a partir do momento que temos novas
iniciativas que visam zerar a taxa do Pix para máquinas, QR Codes e
aplicativos, por exemplo”, completa François.
Apenas cinco
meses depois do seu lançamento, o Pix já havia superado a quantidade de
boletos liquidados, TEDs, DOCs e cheques somados no Brasil. Os números
impressionaram o mercado, que viu no sucesso do meio de pagamento novas
possibilidades para os brasileiros cuidarem de suas finanças.
Apesar
deste cenário otimista, a alta desbancarização no Brasil representa um
dos principais gargalos para o futuro do Pix. Entre os entrevistados,
13% afirmaram que não possuem nenhum produto financeiro. "Não há dúvidas
de que o Pix caiu no gosto dos brasileiros e é uma plataforma que veio
para ficar. Mas barreiras complexas como a desbancarização e a
desconfiança por falta de conhecimento financeiro digital são gargalos
importantes para sua adesão total", finaliza Magrani.
O
estudo é o primeiro quantitativo aberto ao público realizado pelo
Datafolha e reuniu homens e mulheres, de 18 a 70 anos, pertencentes a
todas as classes econômicas. Foram realizadas 1.520 entrevistas, entre
os dias 25 de maio e 10 de junho, em todas as regiões do Brasil.
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