MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 9 de maio de 2021

Simbiose e a importância de desenvolver as relações

 


A psicóloga Bianca Reis alerta ainda que, o indivíduo que desenvolve simbiose com a mãe, acaba vivenciando dificuldades em alguns âmbitos da vida.

Tribuna da Bahia, Salvador
09/05/2021 17:21 | Atualizado há 1 hora e 26 minutos

   
Foto: Divulgação

Ao iniciar a vida, mesmo sem compreender os fenômenos que a envolvem, o indivíduo vê na figura materna uma segurança, que lhe remete a acolhimento e percepção de não estar só. É no nosso primeiro suspiro de vida que a figura materna nos dá a sensação de que sempre que houver uma necessidade poderemos contar com ela.

A figura materna é uma das principais responsáveis pela formação de bases fundamentais da psique do ser humano. Levando em consideração as relações as quais as mães são uma das primeiras pessoas a conviver com o indivíduo, junto com o pai, denunciamos a grande responsabilidade que ela acaba por carregar nesta função compactuada por uma expectativa de inconsciente coletivo.

O inconsciente coletivo do ser humano é formado por diversos arquétipos, que nada mais são, que conceitos básicos que regem a nossa vida em todos os âmbitos. Assim, eles são responsáveis por influenciar o modo que nós vemos e interpretamos coisas, pessoas, situações e etc, mesmo que de forma inconsciente. Assim sendo, eles influenciam nossas ações e reações.

De acordo com a psicóloga Bianca Reis, “O arquétipo é uma possibilidade pré-existente em todos nós. Ele é, em alguma instância comparada aos instintos, porém, com uma forte carga simbólica. Um exemplo de arquétipo potente em nossas vidas é o materno e, o símbolo da Grande Mãe deriva dele”.

O que acontece é que a Grande Mãe sempre repleta de características projetivas como bondade, fertilidade, proteção, apoio, cuidado, nutrição, amor incondicional impacta diretamente na ideia e relação com nossas mães pessoais (a de cada ser). Com isso, nossas mães acabam se tornando depósito dessas características projetivas e muitas idealizações.

 Estas questões - inclusive - são muito valorizadas e difundidas pela sociedade : a ideia da mãe que só faz o bem para os filhos, da santa, da que se sacrifica pelos filhos, a que nunca erra.

A simbiose psíquica entre mãe e filho é um aspecto que ocorre da concepcão até cerca dos 8 meses de vida, porém não impede de ter seu fenômeno extendido pelos sujeitos envolvidos na relação. E, é nas relações, vivendo a vida, que nossos complexos vão sendo formados.

“Esses complexos são construídos porque estas mães pessoais às quais nos referimos sempre como símbolos de força, acolhimento e amor também são humanas, como todos os filhos os são. Com isso, não suprirão as expectativas primordiais que são depositadas nelas o tempo todo”, afirma a psicóloga Bianca Reis.

Cada filho vai obtendo uma vinculação e construção mutável e única com sua figura materna, há aqueles que desenvolvem, como missão de vida, a busca constante pelo reconhecimento materno. Assim como há aqueles que acabam inclusive desenvolvendo uma simbiose psíquica com a própria mãe. 

Para Bleger (1967/2010), a simbiose consiste em:

"uma forma de dependência, uma relação narcísica de objeto, vinculada aos fenômenos de projeção e introjeção, na qual ocorre uma identificação projetiva cruzada, em que cada um dos depositários age em função dos papéis complementares do outro, e vice-versa”.

Existem manifestações diversas na relação de simbiose entre mãe e filho, mas, elas se convergem em uma necessidade existencial de corresponder as expectativas da Grande Mãe, envolvendo culpa e/ou gratidão e/ou submissão ligadas à ideia de débito, cobranças e sacralidade.

A psicóloga Bianca Reis alerta ainda que, o indivíduo que desenvolve simbiose com a mãe, acaba vivenciando dificuldades em alguns âmbitos da vida, como no trabalho, nos relacionamentos em geral, e principalmente consigo mesmo, já que há uma dependência da figura materna idealizada.

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