Gerson Camarotti (G1 Brasília)
Generais da ativa e da reserva ouvidos pelo blog demonstraram contrariedade com a defesa apresentada pelo general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de que a participação dele em ato com o presidente Jair Bolsonaro não era um evento político-partidário. Para eles, Pazuello tenta criar uma “realidade paralela”.
Pazuello é general da ativa. O Regulamento Disciplinar do Exército considera transgressão “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.
TODO MUNDO ASSISTIU – “Ele (Pazuello) tenta criar uma realidade paralela. Todo o Brasil assistiu o que aconteceu no domingo”, disse ao blog um general da reserva.
A grande preocupação no Exército é que o episódio sirva como um mal exemplo de insubordinação, criando um ambiente de politização nos quartéis.
No Comando do Exército há grande desconforto com o comportamento de Pazuello. Nas palavras de outro general da reserva, ele se deixou usar pelo presidente Jair Bolsonaro com o objetivo de enfraquecer a hierarquia.
DEFESA FRACA – Pazuello apresentou nesta quinta-feira (27) ao Exército a defesa no processo disciplinar que apura sua participação no ato com Bolsonaro.
O ex-ministro argumentou que o passeio de moto no Rio de Janeiro, no domingo (23), não era um evento político-partidário, que o país não está em período eleitoral, e que Bolsonaro não é filiado a partido político.
Ainda na defesa, Pazuello disse também ter a convicção de que não infringiu nenhuma norma do Regulamento Disciplinar do Exército.
O Exército abriu um procedimento disciplinar para apurar a conduta de Pazuello um dia depois do ato, e o prazo para apresentação de defesa era de três dias. Agora, caberá ao comando do Exército decidir o que fazer. O prazo é de oito dias.
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