O chefe do MST culpa Bolsonaro pela suspensão dos atentados ao direito de propriedade. Augusto Nunes:
Por
tratar como caso de polícia o que era uma questão social, o presidente
Washington Luís antecipou a chegada à senilidade precoce da República
Velha, enterrada sem honras pela Revolução de 1930. Por tratarem como
questão social o que é um caso de polícia, os presidentes Lula e Dilma
Rousseff retardaram a chegada à maioridade da democracia brasileira.
Os
líderes do incipiente movimento operário do século passado, que
apresentavam reivindicações elementares, não mereciam cadeia. Mereciam
de Washington Luis mais atenção. Os chefes de velharias ideológicas que
se arrastam pelo século 21 berram exigências tão descabidas quanto a
restauração da monarquia. Não mereciam a vida mansa que o PT lhes
proporcionou. Mereciam cadeia. É o caso de João Pedro Stedile e seu
minguante Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST.
Se
tivessem genuíno interesse pela vida de agricultor e alguma intimidade
com as coisas do campo, os militantes do MST estariam lavrando a terra
há muito tempo. Sempre preferiram carregar as lonas pretas das barracas
pelos caminhos da destruição, que não pouparam residências, plantações e
laboratórios. Se tentasse manusear uma foice, Stedile entraria para a
História como o primeiro revolucionário a decepar a própria cabeça. Se
resolvesse acompanhar o general com uma enxada, qualquer subordinado se
arriscaria a amputar o pé.
Quando
o impeachment de Dilma Rousseff começou a desenhar se, Lula resolveu
falar grosso: “Se for preciso, eu chamo o exército do Stedile”, ameaçou.
Sorte dele não ter chamado. Os soldados e oficiais que esbanjaram
ousadia 15 nos ataques a propriedades rurais indefesas desertaram depois
da queda do governo do PT. Com o sumiço dos privilégios federais, que
incluíam mesadas, verbas e cestas básicas (além da garantia de
impunidade), o exército deu o fora antes que a lei começasse a ser
cumprida.
Neste
fim de semana, o comandante de picadeiro voltou a culpar o presidente
Jair Bolsonaro pela capitulação. “Ainda existem 4 milhões de famílias do
campo que gostariam de ter terra, mas não são loucas de virar bucha de
canhão para a polícia, para esse Capitão insano que está por aí“,
choramingou. Em 2019, as invasões foram cinco. Em 2020 houve uma. Neste
ano, nenhuma.
Em
2007, primeiro ano do segundo mandato de Lula, chegou a 298 a soma dos
atentados ao direito de propriedade. Em 2007, a sucessora Dilma Rousseff
foi saudada por 200 invasões. As cifras começaram a baixar no governo
Temer, quando os mandados de reintegração de posse deixaram de dormir
nas gavetas dos tribunais ou nas mesas dos governadores amigos.
Bolsonaro nem precisou agir com rigor: bastou o corte dos privilégios
para avisar que a festa acabara. O general Stedile imediatamente decidiu
que a melhor opção era a rendição sem luta
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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