MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 2 de maio de 2021

Instituto de Formação de Líderes quer atrair jovens ao neoliberalismo a partir de 14 anos

 


Instituto já está funcionando em três Estados (SP, MG e DF)

Fábio Zanini
Folha

Em que momento é possível identificar jovens com inclinações liberais e atraí-los para a causa? Cada vez mais cedo, parece ser a resposta dos entusiastas dessa escola de pensamento. Um dos principais centros formadores de lideranças liberais no país, o IFL (Instituto de Formação de Líderes), desdobrou-se em uma versão “jovem”, com filiais em Belo Horizonte e, mais recentemente, São Paulo.  Se antes o público-alvo começava aos 20 anos, agora o foco passou a ser em adolescentes de até 14 anos de idade.

“Queremos pegar pessoas que nem são liberais ainda, às vezes são até mais de centro, e converter para o liberalismo”, afirma Rodrigo Bogmann, 23 anos, presidente do IFL Jovem paulista, criado no segundo semestre do ano passado.

DOIS MERCADOS – A faixa etária da entidade vai dos 14 aos 23 anos, enquanto o IFL tradicional, que segue existindo normalmente, ocupa-se de um público que vai até os 35 anos. Ou seja, o objetivo é dar ao jovem liberal uma espécie de ciclo de formação completo, que vai da adolescência até as portas da meia idade. É uma faixa etária em que a esquerda tem muito apelo, e na qual a entrada de liberais e conservadores sempre foi muito mais difícil.

“A ideia é ter um foco em desenvolver pessoas liberais antes do que acontece atualmente, para que o jovem chegue pronto para a vida e o mercado de uma forma diversa da que é oferecida pela esquerda”, diz Bogmann.

O programa do IFL Jovem envolve um processo seletivo e uma espécie de curso de formação, que envolve palestras, workshops, debates e simulações de operações no mercado financeiro.

Na segunda fase – A primeira turma, formada no ano passado, reuniu cerca de 40 jovens, que passaram por um programa inicial, de seis meses (online, em razão da pandemia). Metade progrediu para uma segunda fase, com novas aulas e projetos.

O IFL e seu filhote “jovem” sempre tiveram como filosofia a formação prática voltada ao mercado de trabalho, e por isso há uma preocupação em ensinar técnicas e passar conhecimentos que possam ser úteis profissionalmente.

Exemplos são aulas sobre gestão, liderança e persuasão. Mas também há uma parte teórica, em que grandes ícones do liberalismo são estudados, como Ludwig von Mises, Friedrich Hayek, Ayn Rand e Frederic Bastiat.

MARX NO CURRÍCULO – Alguns textos que representam a antítese do liberalismo, como o Manifesto Comunista, de Karl Marx, também são parte da ementa do curso. “A gente acha importante ver o contraponto”, afirma Bogmann.

Neste ano, o IFL Jovem pretende aumentar sua turma de 40 para 60 alunos. É apenas o início de um plano de expansão ambicioso do instituto, que envolve o recrutamento de jovens liberais em escolas.

“A gente está crescendo muito rápido. Vamos começar a entrar nas escolas com projetos e começar a captar mais o público de 14, 15 e 16 anos”, diz o presidente do instituto.

FORTE CONCORRÊNCIA – Mas engana-se, afirma Bogmann, quem pensa que a concorrência por atrair a atenção de jovens vem apenas de redutos de esquerda, como centros acadêmicos ou DCEs (diretórios centrais de estudantes) de universidades.

“Os grandes concorrentes são as entidades de faculdades, como empresas-júnior e outras iniciativas parecidas, que competem pelo tempo dos jovens”, diz.

Desde que ideias liberais ganharam o mainstream, na década passada, diversos centros dedicados a esse ideologia têm surgido pelo Brasil. A chegada ao poder de Jair Bolsonaro representou um divisor de águas para o movimento, já que a equipe econômica do ministro Paulo Guedes (Economia) tem pedigree da Escola de Chicago, um dos centros difusores dessas pautas liberais.

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