Sim,
já houve época em que Varig, Panair, Vasp, Transbrasil e TAM eram
embaixadoras do Brasil no Exterior. Respeitadas internacionalmente, era
em seus escritórios que os brasileiros no Exterior liam jornal e tomavam
cafezinho; eram seus pilotos que traziam remédios do Exterior, sem
frete.
Hoje,
que o Governo Federal se orgulha de ter transformado o Brasil em pária
entre as nações, podemos voar livremente, ou quase livremente, para oito
países: México, República Centro-Africana, Nauru, Tonga, Costa Rica,
Afeganistão e Albânia. Senhores passageiros, sejam bem-vindos a seus
destinos de comércio e de turismo e tenham uma boa viagem pela
Bolsonair!
Temos
oito destinos dos quais dois valem a pena. E 217 países restringem a
entrada de passageiros vindos do Brasil. Nada ideológico: Europa Unida,
Estados Unidos, Rússia, China, Cuba, Argentina, Chile, Canadá,
Inglaterra, Israel, Irã, Turquia impõem sérias restrições aos viajantes
provenientes de nosso país tropical. Este colunista passou por diversas
fases em voos internacionais: a fase Pelé, a fase samba-mulher-futebol, a
fase da ditadura militar, a fase Amazônia, e até, surpreendentemente,
uma fase Jorge Amado, em que a Europa intelectual discutia a opção menos
partidarizada de seus romances.
A
fase atual – “bote esse cara na quarentena e cobre adiantado” – me era
desconhecida. O Brasil era pobre, mas o brasileiro era bem recebido.
Hoje o brasileiro, vetor de vírus, é mal recebido. E o Brasil continua
pobre.
Notícia dura 1
Informação
exclusiva da revista Veja desta semana: o presidente Jair Bolsonaro
terá de fazer nova cirurgia no abdome, ainda em consequência da facada
que sofreu na campanha eleitoral de 2018. A cirurgia, a quinta desde o
atentado, ainda não tem data marcada. Bolsonaro está com 66 anos.
Notícia dura 2
O
prefeito paulistano Bruno Covas, PSDB, que há anos trata de câncer,
sofreu novas metástases. O câncer atingiu fígado e ossos. O Hospital
Sírio Libanês, diante do novo quadro, informou que haverá algumas
mudanças no tratamento, com ênfase em imunoterapia. Bruno Covas tem 41
anos.
Ótima notícia
O
ministro da Saúde de Israel, Yuli Edelstein, confirmou que, a partir de
hoje, domingo, dia 18, o uso de máscaras ao ar livre deixa de ser
obrigatório. Com a maciça campanha de vacinação, o número de casos de
Covid desabou em Israel. Continua obrigatório usar máscara em recintos
fechados.
Notícia quente
O
CEO da Pfizer, Albert Bourla, homenageado na festa de independência de
Israel, disse que é possível ocorrer a necessidade de uma terceira dose,
talvez diante de novas mutações do coronavírus. É uma hipótese em
estudos, ainda não definida. A análise dos dados de Israel, o país
pioneiro na vacinação em massa, será um dos pontos principais da decisão
da Pfizer.
Balanço eleitoral
Como
não disse o lendário presidente do Corinthians, Vicente Matheus,
pesquisa é pesquisa e vice-versa. A pesquisa PoderData que aqui
publicamos deve ser encarada como retrato de agora e não como
antecipação dos dados das eleições, que se realizarão daqui a mais de um
ano. A situação fica ainda mais enigmática quando lembramos que a
pesquisa saiu na quarta-feira, dois dias antes da informação de que
Bolsonaro será submetido a nova cirurgia.
Pela
pesquisa, Lula e Bolsonaro estão tecnicamente empatados no primeiro
turno das eleições do ano que vem, ficando Lula, com 34%, acima de
Bolsonaro, com 3l% - a margem de erro, que leva ao empate técnico, é de
1,8 ponto percentual. Só 13% dos eleitores, ou 19,2 milhões de pessoas,
não querem votar nem em Lula nem em Bolsonaro. O resultado é muito
parecido com o de um mês atrás, com variação mínima.
Batendo no chão
Já
o prestígio de Bolsonaro parece ter batido no chão e parado de cair. A
rejeição a seu trabalho está tecnicamente no mesmo nível da última
pesquisa: foi de 59% a 56%, apesar dos sucessivos recordes de morte por
coronavírus.
Mourão em alta
A
ministra Carmen Lúcia, do Supremo, ordenou ao presidente da Câmara,
Arthur Lira, que fale sobre o prazo de cinco dias para analisar os
processos de impeachment do presidente da República. Comentário de
Bolsonaro:
“Só Deus me tira da cadeira presidencial”.
O general Hamilton Mourão jamais havia recebido tamanho elogio.
Não gaste feito louco
O
Governo Federal prevê, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que o mínimo
ficará em R$ 1.147,00, com aumento suficiente apenas para compensar a
inflação do período. Na prática, o mínimo ficará sem aumento pelo
terceiro ano consecutivo.
Lembrando: só as duas férias que Bolsonaro já tirou neste ano custaram ao Tesouro R$ 2,5 milhões.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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