MEDIÇÃO DE TERRA

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terça-feira, 28 de abril de 2020

Bolsonaro desiste dos juristas e nomeia Mendonça (da AGU) para ministro da Justiça


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André Mendonça é considerado do tipo “tremendamente evangélico”
José Carlos Werneck
O advogado-geral da União, André Mendonça, aceitou o convite do presidente da República, Jair Bolsonaro, para assumir o ministério da Justiça. Sua nomeação foi assinada pelo presidente e está publicada no Diário Oficial desta terça-feira. A indicação foi decidida por Bolsonaro na tarde de ontem, depois de uma reunião entre o presidente, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira e o próprio Mendonça.
O presidente analisou uma lista de nomes, de dentro e fora do governo, incluindo alguns juristas de renome, que chegaram a ser sondados, mas não aceitaram, e o presidente então optou por um nome da própria equipe.
NOMES COGITADOS – Entre os nomes de fora do governo que Bolsonaro cogitou para o Ministério da Justiça estavam renomados juristas como o ministro Ives Gandra Martins, do Tribunal Superior do Trabalho, e o desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4a Região, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão no processo do triplex do Guarujá (SP), conduzido pelo então juiz federal Sergio Moro em primeira instância.
Estes eram nomes indicados por generais e assessores diretos do presidente, mas sempre Bolsonaro sinalizou que preferia alguém de dentro do próprio governo e de sua estrita confiança.
Foi por isso que Mendonça, que estava muito bem cotado para assumir a vaga do ministro Celso de Mello, que se aposenta compulsoriamente do STF em novembro, passou a ser o candidato mais forte para ser o substituto de Sergio Moro .
BOM TRÂNSITO  – Mendonça é considerado extremamente leal, mas não tem ligações próximas com a família de Bolsonaro e conta um bom trânsito fora do governo, já que no cargo de advogado geral da União manteve proximidade com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
O provável sucessor de André Mendonça na AGU deverá ser o atual procurador-geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello do Amaral Júnior. Só depois de anunciar o novo titular da Justiça é que Bolsonaro confirmará o nome do futuro diretor-geral da Polícia Federal que assumirá o lugar de Maurício Valeixo, demitido na semana passada.
Alexandre Ramagem, que hoje chefia a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e se tornou amigo dos filhos de Bolsonaro durante a campanha eleitoral, é o preferido do presidente.

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