A indústria do automóvel exige um fluxo dinâmico dos fabricantes. Pesquisa, desenvolvimento, protótipo e lançamento são etapas rotineiras e cada vez mais aceleradas. Se um rival lança um produto que emplaca, é preciso ir atrás. É assim com todos os segmentos, inclusive com os de utilitários.
Mas a Audi parece ter um compasso mais lento nesse segmento. Ela lançou o SUV Q7, quase 10 anos após a Mercedes lançar o Classe M (atual GLE). Em 2007, a BMW inovou o segmento com o X6, que só agora ela respondeu com o e-Tron Sportback, que começa a ser vendido por agora no mercado europeu.
Esse modelo é a versão cupê do SUV elétrico, que chegou no ano passado, com cadência da última coluna mais acentuada, como ocorre no A7, A5 Sportback e também no Q3 Sportback (que se posiciona na base do segmento de utilitários). Mas o trunfo do e-Tron cupê é que ele oferece a mesma sensualidade dos rivais, sem baforar um grama sequer de poluentes.
Carrinho a pilha
O SUV recorre à base do irmão “quadradão” que foi desenvolvida justamente para ser elétrico. As baterias ficam sob o assoalho, inclusive se tiver que removê-las é preciso tirá-las por baixo, como num carrinho movido a pilhas. Isso facilita a manutenção e permitiu desenvolver o habitáculo de forma que elas não roubem espaço, como ocorre com alguns híbridos que se adaptaram a partir de modelos térmicos convencionais.
Segundo a Audi, o conjunto garante autonomia de quase 450 quilômetros ao jipão de 4,90 metros de comprimento. Ele conta com dois motores elétricos que geram 300 kW (407 cv) e 66,4 mkgf de torque. Tudo isso permite ao SUV acelerar de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos e atingir a velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 200 km/h.
Coisa de filme
O e-Tron Sportback chega repleto de novidades como os faróis de LED com matriz digital - apesar de parecerem termos de filmes de ficção, como o Capacitor de Fluxo (De Volta para o Futuro). É composto por placa com 1 milhão de micro espelhos capazes de inclinarem até 5 mil vezes por segundo, o que faz desse farol uma espécie de projetor capaz de ajustar diferente tipos de fachos.
Como projeta as imagens por pixels, é capaz de delimitar com exatidão a faixa de rodagem, como se desenhasse uma trilha. Segundo a Audi ele pode até projetar mensagens e diferentes imagens no chão, como mensagens de boas-vindas. E para finalizar, os faróis são conectados às câmeras de visão noturna e reagem quando o sistema detecta um pedestre no caminho.
Outra traquitana tecnológica são as câmeras no lugar dos retrovisores. Algumas marcas como McLaren, Mercedes e Porsche vêm fazendo experimentações com esse tipo de recurso. No caso do e-Tron, duas câmeras captam imagens que são exibidas por duas telas perto das maçanetas das portas. Posição que se assemelha ao do retrovisor externo.
A troca dos espelhos por câmeras é uma solução para reduzir o arrasto aerodinâmico e aumentar a eficiência. Além disso, ajuda o motorista com alertas para prevenir colisões.
Fora tudo isso, o modelo oferece um pacote farto de sofisticação, assistentes de condução e tudo mais para quem busca um SUV do futuro, que parte de 71 mil euros. A Audi demorou demais para entrar no segmento de jipões cupês, mas chegou na frente.