Os quatro cavaleiros do
apocalipse nacional deixaram de lado todo pudor e assumiram seu papel na
curadoria dos mais conhecidos criminosos do país. Segue o texto de Percival Puggina na íntegra:
Na visão do apóstolo
João, os cavaleiros do apocalipse eram a guerra, a fome, a peste e a
morte. Então, neste Brasil de 2018, a cena política nacional está sendo
roubada por quatro cavaleiros de pretensões apocalípticas, com assento
no plenário do STF. Sim, sim, vamos parar com a enrolation. A essas
alturas não há mais o que ocultar nem a tergiversar. Os personagens são
conhecidos, suas ações evidentes. Ninguém precisa pedir perícia técnica.
As impressões digitais estão por toda parte, mas são mero bis in idem
na materialidade das provas. Os quatro cavaleiros do apocalipse nacional
deixaram de lado todo pudor e assumiram seu papel na curadoria dos mais
conhecidos criminosos do país.
Pela jurisprudência
que constroem, malfeitor bem sucedido não pode ser preso. Isso não está
de acordo com a tradição nacional. Que diabos pretendem esses novos
magistrados, procuradores, policiais atrapalhando negócios que iam tão
bem? Os quatro cavaleiros estão dedicados à mais difícil das tarefas:
apresentar como bom e judicioso todo o mal que fazem. A nação quer
Justiça, mas Justiça, para eles, é uma práxis, se me faço entender. Não é
um valor moral (que seria isso?) e, menos ainda, um elemento do bem
comum. Para os quatro apocalípticos, a justiça serve a uma causa. A
conhecida causa de “Mateus e os seus”.
Eles continuam
agindo, articulando tretas e mutretas. Já transformaram a Segunda Turma
no refúgio da criminalidade endinheirada. Ao fim de cada jornada, de
cada sessão em que são salvaguardados os interesses sob tutela, talvez
comemorem felizes. Talvez pensem que retomam o controle e que
desarticulam todas as possibilidades de restaurar a dignidade e a honra
nacionais.
A presunção dos maus,
contudo, é salvaguarda dos bons. Não há a menor possibilidade de seu
plano diabólico dar certo. No derradeiro momento, quando o apocalipse se
tornar eminente e a guerra, a fome, a peste e a morte estiverem abrindo
garrafas para celebrar sua vitória, o Brasil que não se deixou
corromper nem mutilar, que preserva a honra e a dignidade, se erguerá,
no tempo certo, para fazer a coisa certa. Os quatro cavaleiros do
apocalipse não prevalecerão.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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