Pedro do Coutto
Reportagem de Lais Alegrette, edição de ontem da Folha de São Paulo, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revela que as vagas que surgem no mercado oscilam entre 1 a 2 salários mínimos. Não se trata, no caso, apenas da qualificação da mão de obra, mas sim uma consequência da demanda de emprego tornar-se muito maior do que a oferta. Em conseqüência, os salários diminuem. Porque as empresas vão oferecer vencimentos melhores se o mercado de trabalho encontra-se aflito e por este motivo o trabalhador é obrigado a aceitar salários menores?
Esta é a outra face do desemprego que está atingindo 12,7 milhões de brasileiros. A questão não se limita apenas à realidade do mercado e não se esgota também no contingente dos que nos três primeiros meses deste ano foram protagonistas do movimento pendular entre a perda do trabalho e a reincorporação no mercado.
DEMANDA DE EMPREGO – Há um outro fator de peso relevante: Trata-se do aumento demográfico do país. Como essa taxa concreta é de 1% a/a, pode-se afirmar que durante esse período 2 milhões de jovens atingem a idade de trabalhar e lutam por uma colocação. O fenômeno contribui ainda mais para que a demanda de emprego supere ainda mais a oferta.
Os dados contribuem para a retração do consumo e, de modo direto, da produção. Tanto assim que se analisarmos o crescimento das receitas estaduais do ICMS vamos verificar que em São Paulo aumentou 4,3% em 2017 para uma inflação de 3 pontos. Diferença muito pequena para o lado positivo. Mas no estado do Rio de Janeiro o imposto cresceu 2,1% perdendo a corrida com a taxa inflacionária.
ENDIVIDAMENTO – De fato, com a compressão salarial, o consumo só pode crescer se aumentar o endividamento das famílias. Isso porque a expansão do mercado de consumo depende diretamente do poder aquisitivo da população. Esse tema deverá fazer parte dos pontos principais da campanha eleitoral deste ano. Tanto no plano federal quanto nas esferas estaduais. E há ainda um detalhe: os salários, principalmente do funcionalismo público, não estão sendo reajustados e assim há dois anos perdem a disputa com a inflação.
Isso de um lado. Mas de outro, o Imposto de Renda continua sem correção. Dessa forma a majoração do IR está no mínimo em 3% acima do que era em 2016. Não há sinal de que o governo Michel Temer vá aplicar o critério mínimo de correção. O fato envolve as declarações de todos os contribuintes cujo prazo de remessa terminou ontem faltando um minuto para meia-noite.
MÃO DO TIGRE – Relativamente ao funcionalismo público, apesar da liminar do STF que anulou a postergação adotada pelo governo para 2019, até agora o Palácio do Planalto não editou, como deveria a respectiva medida provisória e também não encaminhou qualquer projeto de lei ao Congresso Nacional.
A mão de tigre do mercado que aparece entre o capital e o trabalho continua em cena. O capital tanto pode ser estatal ou privado. O trabalho é universal.
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Reportagem de Lais Alegrette, edição de ontem da Folha de São Paulo, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revela que as vagas que surgem no mercado oscilam entre 1 a 2 salários mínimos. Não se trata, no caso, apenas da qualificação da mão de obra, mas sim uma consequência da demanda de emprego tornar-se muito maior do que a oferta. Em conseqüência, os salários diminuem. Porque as empresas vão oferecer vencimentos melhores se o mercado de trabalho encontra-se aflito e por este motivo o trabalhador é obrigado a aceitar salários menores?
Esta é a outra face do desemprego que está atingindo 12,7 milhões de brasileiros. A questão não se limita apenas à realidade do mercado e não se esgota também no contingente dos que nos três primeiros meses deste ano foram protagonistas do movimento pendular entre a perda do trabalho e a reincorporação no mercado.
DEMANDA DE EMPREGO – Há um outro fator de peso relevante: Trata-se do aumento demográfico do país. Como essa taxa concreta é de 1% a/a, pode-se afirmar que durante esse período 2 milhões de jovens atingem a idade de trabalhar e lutam por uma colocação. O fenômeno contribui ainda mais para que a demanda de emprego supere ainda mais a oferta.
Os dados contribuem para a retração do consumo e, de modo direto, da produção. Tanto assim que se analisarmos o crescimento das receitas estaduais do ICMS vamos verificar que em São Paulo aumentou 4,3% em 2017 para uma inflação de 3 pontos. Diferença muito pequena para o lado positivo. Mas no estado do Rio de Janeiro o imposto cresceu 2,1% perdendo a corrida com a taxa inflacionária.
ENDIVIDAMENTO – De fato, com a compressão salarial, o consumo só pode crescer se aumentar o endividamento das famílias. Isso porque a expansão do mercado de consumo depende diretamente do poder aquisitivo da população. Esse tema deverá fazer parte dos pontos principais da campanha eleitoral deste ano. Tanto no plano federal quanto nas esferas estaduais. E há ainda um detalhe: os salários, principalmente do funcionalismo público, não estão sendo reajustados e assim há dois anos perdem a disputa com a inflação.
Isso de um lado. Mas de outro, o Imposto de Renda continua sem correção. Dessa forma a majoração do IR está no mínimo em 3% acima do que era em 2016. Não há sinal de que o governo Michel Temer vá aplicar o critério mínimo de correção. O fato envolve as declarações de todos os contribuintes cujo prazo de remessa terminou ontem faltando um minuto para meia-noite.
MÃO DO TIGRE – Relativamente ao funcionalismo público, apesar da liminar do STF que anulou a postergação adotada pelo governo para 2019, até agora o Palácio do Planalto não editou, como deveria a respectiva medida provisória e também não encaminhou qualquer projeto de lei ao Congresso Nacional.
A mão de tigre do mercado que aparece entre o capital e o trabalho continua em cena. O capital tanto pode ser estatal ou privado. O trabalho é universal.
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