mas se limitou a usar os mesmos argumentos já derrubados pelas delações
premiadas no âmbito da Operação Lava-Jato. O deputado federal Davidson
Magalhães, do PC do B, enviou um esclarecimento sobre o dinheiro que
recebeu da JBS para a campanha de 2014.
Davidson usou o discurso decorado de que “a JBS realizou doações legais
para campanhas eleitorais, seguindo a legislação vigente. As doações
estão declaradas no site do TSE desde 2014, à disposição de qualquer
cidadão que queira consultá-las”.
Ele conclui dizendo que, “elas não são, portanto, caixa 2”. Porém,
tanto o empresário Marcelo Odebrecht quanto Joesley Batista (da JBS) e
outros executivos presos confessaram que as doações legais foram, na
verdade, propina disfarçada.
O próprio STF decidiu, em uma ação contra Valdir Raupp, que as vultosas
doações “legais” de empresas para dezenas de políticos não tem outro
objetivo a não ser comprar serviços futuros, ou seja, são propina
adiantada.
Davidson alega que as doações foram feitas ao diretório nacional do
PCdoB, que repassou aos candidatos. Este é outro argumento que já caiu
por terra. Os empresários explicaram que as doações eram feitas ao
diretório para despistar e que, na verdade, chegavam direcionadas a cada
candidato.
Baianos da lista
A JBS deu dinheiro ilegal, no caixa 2, para mais de 1.800 políticos no
Brasil. Vários deles são da Bahia, como o deputado federal Davidson
Magalhães, do PC do B, que recebeu R$ 600 mil em 2014, segundo o portal
Transparência Política, da Fundação Getúlio Vargas.
Ele apurou que 11 deputados baianos foram pagos pela JBS. Também
comunistas, Alice Portugal levou R$ 400 mil e Daniel Almeida, R$ 600
mil. Roberto Britto, do PP, ficou com R$ 1,1 milhão, seu colega Mário
Negromonte Jr., R$ 850 mil.
A senadora Lídice da Mata, do PSB, foi financiada pela LBS com R$ 500
mil, mesma quantia dada a Geddel Vieira Lima, do PMDB. O irmão dele,
Lúcio Vieira Lima, recebeu R$ 200 mil. No PR, Cacá Leão ficou com R$ 650
mil, João Carlos Bacelar com R$ 600 mil e José Rocha com R$ 300 mil.
Benito Gama, do PTB, ganhou R$ 285 mil. Teve ainda Paulo Azi, do DEM,
com R$ 100 mil. Todos eles usam a mesma alegação, de que se tratava de
“doação do partido” para a campanha. Mas o dinheiro veio da JBS já
carimbado para cada um.
JORNAL A REGIÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário