MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 3 de janeiro de 2016

Presidente do PT revolta-se contra a política de Nelson Barbosa


Lula e Falcão estão unidos contra o governo Dilma
Pedro do Coutto
Em artigo publicado no site do PT, dia 28, o presidente do partido, Rui Falcão, tornou pública a revolta da legenda quanto ao rumo da política econômico financeira traçado pelo ministro Nelson Barbosa, afirmando que geram perda de confiança no governo e frustração. O choque entre o PT e a presidente Dilma Rousseff foi muito observado nas reportagens de Ricardo Galhardo e João Vilaverde e de Tânia Monteiro e Vera Rosa, ambas na edição de 29 de O Estado de São Paulo. O tema foi também objeto de matérias de Sérgio Roxo (O Globo) e de Natuza Nery (Folha de São Paulo).
No artigo, Rui Falcão afirma: “chega de juros altos e de cortes em investimento. É preciso uma nova ousadia na política econômica para 2016”, acrescentou. Tania Monteiro e Vera Rosa focalizaram a reação contrária da presidente da República à iniciativa do ex-deputado Rui Falcão, sobretudo porque a posição que assumiu certamente inclui o pensamento do ex-presidente Lula, que sempre combateu as diretrizes colocadas pelo ex-ministro Joaquim Levy, às quais Nelson Barbosa deu sequência, segundo afirmações que fez em seu discurso de posse.
Paralelamente, a postura assumida por Rui Falcão coincide com o pensamento de Henrique Meirelles em artigo publicado na edição de domingo passado na Folha de São Paulo, em coluna da página 2. A coincidência é, a meu ver, que Luiz Inácio Lula da Silva ficou insatisfeito com a nomeação de Barbosa e não desistiu da ideia de embarcar numa nave da revolta na qual navega o ex-presidente do Banco Central. Henrique Meirelles presidiu o BACEN, vale lembrar, durante os primeiros oito anos do PT no poder. Lula gostaria de vê-lo à frente da Fazenda, vontade que emerge no artigo de Falcão. Pois PT e Meirelles apresentam-se à sombra da mesma ideia. Somente os dois? Não. Lula é o terceiro personagem.
DIMENSÃO IMPORTANTE
O choque entre o PT e o governo assume, assim, uma dimensão política extremamente sensível e importante, principalmente por nos encontrarmos na véspera do ano eleitoral de 2016, apenas um andar abaixo da sucessão presidencial de 2018. O Partido dos Trabalhadores revela, sem trocadilho, temer chocar-se com a voz das ruas bloqueando dessa forma o caminho para as urnas. Dilma Rousseff, por seu turno, tenta recuperar o tempo perdido. Como fazê-lo? Eis a questão. Ela exagerou nas desonerações fiscais ao longo de seu mandato.
Leonardo Souza e Bruno Vilasboas, em pesquisa publicada na Folha de São Paulo de 6 de novembro de 2015, revelaram o montante das desonerações fiscais ao longo do tempo pela presidente que assumiu em janeiro de 2011. Naquele primeiro ano de seu mandato, as desonerações atingiram 66 bilhões de reais. Em 2012, 142 bilhões. Em 2013, outubro, o FMI dirigiu um alerta ao Poder Executivo. Foi desconsiderado pelo então ministro Guido Mantega. Tanto assim que as desonerações prosseguiram e acrescentaram mais uma parcela de 122 bilhões de reais até 2017. Houve, além disso, redução de 20% nas tarifas elétricas e abatimento nas contas das empresas para com o INSS.
TUDO ERRADO
Esse rumo não poderia dar certo. Porque, no final da ópera, ao promover o reajuste geral, o governo lança sempre as diferenças para serem cobertas pelos assalariados de modo geral. Tais diferenças refletem-se direta e indiretamente nos salários de todos e, em consequência, fazem desabar os índices de consumo, sem os quais a soma de impostos se retrai. Agora, a situação é dramática. A opção também. Vence o PT? ou Dilma vence o confronto? Difícil prever agora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário