Infelizmente
o interesse social e coletivo é algo que parece nunca ser prioridade
nas casas do poder, dos “teóricos” representantes do povo, mas que, em
geral, não representam mais do que seus próprios interesses.
Governistas
se articulam para impedir a convocação dos ex-ministros Gilberto
Carvalho e Erenice Guerra, além de Luís Cláudio, filho do ex-presidente
Lula para deporem na CPI do Carf. O presidente da comissão, senador
Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), disse que vai colocar os requerimentos
para votação na reunião de amanhã, mas deve ser derrotado. Senadores o
acusam de tentar criar fato político.
O
objetivo é evitar que o envolvimento de ex-ministros cause novo mal
estar para a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio
Lula da Silva. A estratégia dos governistas é obstruir sessões e apontar
ausência de relação entre as denúncias e o alvo das investigações da
CPI, que são fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(Carf).
Os esforços do governo,
entretanto, talvez não precisem ser dos mais agudos. Quase metade da CPI
é composta por membros da base aliada, além da relatora, Vanessa
Grazziotin (PC do B-AM), que já adiantou que não vai votar
favoravelmente aos requerimentos. “A minha análise continua a mesma. Os
requerimentos fogem completamente ao objetivo central da CPI”, afirmou.
O
líder do PT, Humberto Costa (PE), seguiu o discurso da relatora. “Ele
(Ataídes) tem duas alternativas. Ou colhe assinaturas para abrir uma
nova CPI de medidas provisórias, ou garante um aditivo para investigar
esses temas que ele quer”, justificou. Acir Gurgacz (PDT-RO), vice-líder
do governo, afirmou ainda não ter opinião formada sobre o assunto, mas o
senador, que não é assíduo na CPI, confirmou presença para a votação
desta semana e deve encorpar os interesses do governo.
Acusação
Senadores
acusam o presidente da CPI de não querer, de fato, aprovar as
convocações, mas apenas atingir o governo. Ao anunciar que faria os
requerimentos, Ataídes assumiu compromisso de dialogar com demais
senadores para tentar aprová-los. Até a tarde de ontem, no entanto, ele
disse ainda não ter conversado com ninguém.
Em
outubro, outros requerimentos de convocação de Erenice, Carvalho e Luís
Cláudio já haviam sido rejeitados. Na ocasião, a maioria dos
parlamentares argumentou que a possível compra de medidas provisórias
não estava ligada ao objetivo central da CPI.
A
nova fase da Operação Zelotes, realizada pela Polícia Federal na semana
passada, não parece ter convencido os senadores. Semana passada, a
força-tarefa fez buscas e apreensões na LFT Marketing Esportivo, empresa
de Luís Cláudio, e apontou suposta ligação dos ex-ministros em um
esquema de compra de MPs para favorecer o setor automotivo. / I.B.
E assim vai seguindo apenas mais um caso de corrupção dos tantos já vindos e dos muitos esperados ainda a virem. Via: MSN
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