O comando do PT deverá expulsar o líder do governo no Senado, Delcídio
do Amaral (PT-MS). Segundo integrantes da cúpula do partido, a tendência
é pela desfiliação do parlamentar, preso pela Polícia Federal sob
acusação de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A expulsão
será debatida em reunião da Executiva Nacional na semana que vem.A
matéria é da Folha.
Como será convocada às pressas, a data ainda não foi fixada. Existem
dois ritos em análise: o afastamento sumário ou a expulsão apenas após
toda a tramitação de um processo no conselho de ética.
O presidente da sigla, Rui Falcão, deu a senha para o afastamento quando
minimizava críticas à nota em que negou solidariedade a Delcídio
: "Não há divisão. Expressei minha opinião. Essa opinião será debatida
com maior profundidade, inclusive com consequências práticas".
Presidente do PT de São Paulo, o ex-prefeito Emídio de Souza defendeu
publicamente a expulsão. "Se não, a opinião pública nos confunde com
atos delituosos", alegou.
A medida é defendida pela segunda maior força do PT, a Mensagem. O
secretário de Formação do PT, Carlos Henrique Árabe, prega o afastamento
sumário de Delcídio.
Além de Emídio, a ideia tem adeptos na maior força do PT (CNB). Mas
enfrentará a resistência do líder da sigla no Senado, Humberto Costa
(PE).
Com direito a assento na executiva, ele criticou nesta quinta-feira (26)
a decisão de Falcão de divulgar nota dura contra Delcídio.
A divulgação da nota abriu um racha entre o comando do partido e sua
bancada no Congresso, que reclama de não ter sido previamente consultado
sobre seu teor. Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) também criticaram a nota.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou sobre a
expulsão. Mas admitiu, nesta quinta-feira (26), que a prisão de
Delcídio desestabiliza o governo e leva a crise para o Palácio do
Planalto. Dizendo que Delcídio fez uma "coisa de imbecil",
Lula lamentou que a detenção tenha ocorrido num momento em que
considerava praticamente debelado o movimento pelo impeachtment da
presidente Dilma.
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