Leonardo Morais
Bruce não está satisfeito com a qualidade da água distribuída em Valadares
As pessoas também reclamam de ardência nos olhos e ressecamento do cabelo. Grávida de seis meses, a dona de casa Daniele Andrade, de 23 anos, afirma que os banhos estão sendo rápidos. “Fecho a boca para lavar o rosto e saio correndo do chuveiro”.
Embora não conheça a composição química da água distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o gastroenterologista Altair de Carvalho adverte que o consumo de cloro em excesso é prejudicial à saude.
O cloro é extremamente tóxico e, segundo o médico, pode ser cancerígeno. “Pesquisas mostram que câncer de rim, bexiga e vias urinarias são mais comuns em cidades que usam excesso de cloro na água. O risco aumenta durante o banho, porque o vapor pode conter até 20 vezes a concentração de cloro do que o que sai na torneira”, explica Carvalho.
Segundo ele, o cloro tira a proteção natural dos cabelos e da pele, podendo causar ressecamento, coceira e eczemas. Também causa alterações da tireóide e do aparelho digestivo. “Pode causar irritação na língua, gengiva, garganta, esôfago, estômago e intestino”, afirma.
O engenheiro ambiental Hernani Santana, professor da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), ressalta que portaria do Ministério da Saúde estipula o mínimo de 2 e máximo de 5 miligramas (mg) de cloro por litro de água tratada. “É normal o uso de quantidade superior no Brasil. Quanto mais baixa a qualidade da água, maior a quantidade de cloro”, diz.
RUIM PARA PEIXE
Dono de uma loja especializada em aquários no Centro de Valadares, o comerciante Bruce Scholz Macedo afirma que a água tratada pelo Saae nunca foi apropriada para a criação de peixes ornamentais. “Com o tratamento que está sendo feito agora, nada mudou”.
O biólogo e analista ambiental Phillipe Zan explica que a maioria dos peixes de aquários é sensível a alterações químicas. Por isso, o uso excessivo de cloro pode causar a morte dos animais.
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