Treze anos
de estupidez ideológica depois, qualquer sujeito que pense (isto é,
tenha discernimento, algo raro no Grotão lulista) sabe que Regina Duarte
tinha razão quando disse ter medo do lulopetismo. Hoje a população já
não tem medo, mas quer essa gente fora do poder. Alguns, aliás, já estão
na cadeia. Artigo de Percival Puggina:
Em 2002,
quando se desenhava a vitória de Lula nas eleições de outubro, a
economia brasileira levou um solavanco. O dólar bateu em quatro reais,
os investidores externos se retiraram e os internos se retraíram. A
atriz Regina Duarte expressou esse sentimento de insegurança num vídeo
gravado para a campanha de José Serra. Sua primeira frase foi - “Tenho
medo”. Era uma peça muito forte e suscitou reação imediata das hostes
petistas que responderam afirmando que a esperança haveria de vencer o
medo.
Já
naquela época, quem acompanhava a atividade do Partido dos Trabalhadores
sabia. Sabia que a democracia direta defendida por ele e por seus
parceiros internacionais sempre descambou em totalitarismo. Quem repelia
a violência e a ruptura da ordem que o PT promovia através de seus
movimentos sociais sabia. Quem era capaz de reconhecer a corrupção moral
em suas várias formas (mentira, mistificação, assassinato de
reputações, desonestidade intelectual, etc.) também sabia. E todos nós,
que sabíamos, podíamos antever para onde estávamos sendo levados. Era de
ter medo, sim. O que não podíamos imaginar era o nível de degradação a
que as instituições políticas seriam deliberadamente conduzidas.
O tempo,
como senhor da verdade, veio mostrar que Regina Duarte tinha razão.
Seria muito melhor para o país se ela estivesse errada. Se nós
estivéssemos errados. Os muitos males produzidos pelo petismo – e eu não
os vou desfiar aqui porque agora estão bem visíveis aos olhos do mundo –
nos fazem regredir muitos anos. E a sociedade convive com o medo em
proporções inimagináveis em 2002: é o medo da criminalidade, é o medo de
não haver instituição política em que confiar, é o medo da inflação, do
desemprego, da fuga de capitais, da depreciação do real e de uma crise
de muitas faces, com proporções inimagináveis. E o dólar, treze anos
depois, volta aos patamares para onde disparou naquele ano em que Regina
Duarte expressou o sentimento de tantos brasileiros. O medo, agora, não
é de que o PT chegue ao poder, mas o de que ele prossiga atravessando
nossa história como o cavalo de Átila, após o qual nem a grama nasce.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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