Os
serviços administrativos da Prefeitura de Pratânia (SP) estão suspensos
depois que um grupo de hackers invadiu o sistema interno do município
no último domingo (30). Um especialista na área foi contratado para
resolver o problema, mas o portal não foi normalizado até esta
terça-feira (1º). Para ter acesso a sistema é necessário uma senha. Por
uma mensagem em inglês, o grupo pediu um "resgate" de três mil dólares e
diz ainda que não aceita pedido de desconto do valor e ainda agradece
no final. "Os funcionários chegaram na prefeitura e encontraram o
sistema travado. Não sabemos como ficarão os nossos serviços", comenta o
prefeito da cidade, Roque Joner. Para o técnico em informática
Jefferson Cavallari, mesmo pagando o resgate, a prefeitura correria
riscos. “A gente não tem garantia total que esses arquivos vão voltar
para prefeitura, que ele vai passar a senha e a gente consiga voltar ao
sistema normal. É um hacker que tem um conhecimento vasto em informática
e, a princípio, não tem o que ser feito.” Um dos problemas que a
invasão acarreta é que na quinta-feira (3) é dia de pagamento dos
servidores e a prefeitura não consegue acessar a folha de pagamento. “A
folha, o almoxarifado, o IPTU, ISS, tesouraria, compras, licitações,
enfim, o coração da prefeitura está bloqueado”, lamenta o prefeito. O
delegado Celso Olindo, que cuida do caso, diz que o hacker que invadiu o
sistema da prefeitura pode responder por dois crimes.
“A pessoa pode responder pelo crime de extorsão, já que está pedindo
resgate para devolução do sistema, e também a lei da Carolina Dieckman,
de invasão de sistema de informática.” O advogado José Antônio Milagre,
que é especialista em direito digital, disse que crimes assim têm se
tornado comum. Principalmente quando os órgãos públicos não investem em
segurança nos servidores de internet. O advogado falou ainda que é
preciso analisar as conexões e judicialmente apurar a autoria para se
chegar aos responsáveis pelo crime virtual. Nesse caso há dois crimes,
invasão de dispositivo informático , mais extorsão de dinheiro. A pena
para extorsão é prisão de quatro a dez anos. Já o outro crime tem pena
de reclusão de três meses a um ano, mais multa. Ainda, se os dados
pessoas como RG, CPF e débitos foram divulgados, os moradores de
Pratânia poderão acionar a prefeitura. (G1)
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