MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Geddel Vieira Lima condena reaproximação com Dilma

O partido ganhou o Ministério da Saúde e pode ter direito a muito mais espaços

por
Aparecido Silva
Publicada em tribuna da bahia
Os caciques do PMDB na Bahia não demonstraram empolgação com o partido que ganhou o Ministério da Saúde do governo Dilma Rousseff. O líder da bancada na Câmara Federal, Leonardo Picciani, articulou com o Palácio do Planalto o comando da pasta em troca do apoio para votar os vetos do governo federal no Congresso Nacional, assim como projetos que incluem o programa de ajuste fiscal. Segundo o presidente da agremiação na Bahia, Geddel Vieira Lima, o sentimento é de pena do partido por se envolver nesse “toma lá, dá cá”, reforçando o fisiologismo do governo petista.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu com Picciani e dele recebeu nomes de três deputados que podem vir a ocupar a pasta hoje liderada pelo ministro Arthur Chioro. Os peemedebistas também indicaram à petista uma lista de nomes para outro ministério que pode vir a ser da bancada do PMDB que será o novo Ministério da Infraestrutura, uma união dos Portos com a Aviação Civil.
Na avaliação do deputado federal baiano Lúcio Vieira Lima (PMDB), Dilma está criando um problema ao tentar solucionar outro. “À medida que ela atende um grupo, ela desaloja outro, e isso significa mais insatisfação com o Planalto”, disse o parlamentar, se referindo à Chioro que assumiu o ministério em janeiro de 2014 e é filiado ao PT. Sua nomeação ocorreu pelas mãos do ex-presidente Lula e era considerado um quadro técnico por ser médico e pesquisador especializado em saúde coletiva.
Apesar do diagnóstico, o deputado nega que o ministério cedido aos parlamentares peemedebistas seja uma reaproximação do PMDB com o governo. “Não existe um compromisso por parte dos deputados para votarem a favor em projetos do governo”, sinalizou, lembrando que na sessão que tratou dos vetos da presidente Dilma, apenas 33 dos 67 legisladores do partido participaram do debate. Em entrevista à Tribuna, Lúcio disse lamentar “muito” o PMDB “ter indicado ministro”. “Não está sendo bom para ela [Dilma], porque isso demonstra ao Brasil que a presidente continua querendo formar o seu governo com práticas fisiológicas, como também é ruim para o PMDB, que quer mostrar ao Brasil nova forma de fazer política, ouvindo a voz das ruas, e algumas lideranças terminam indicando cargo por algum tipo de vantagem. Isso é ruim para o país”, criticou.
O ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, também nega que a indicação da bancada tenha sido uma reaproximação do governo, como também afirma que isso não irá enfraquecer o movimento de afastamento do PT que o PMDB vinha fazendo. “Não teve reaproximação. O governo está se degradando gradativamente. Aceitou dar um ministério para um líder que não tem densidade partidária. Isso não muda nada [na articulação de se afastar do governo federal]. Eu acho que é uma pena para o partido porque se presta a esse toma lá, dá cá fisiológico. Eu continuo defendendo a mesma tese de afastamento, e isso será debatido na conferência do PMDB no dia 15 de novembro”, avisou o líder do PMDB na Bahia.
Em uma análise da conjuntura política em que a crise está instalada entre a presidente Dilma e o Congresso, Lúcio Vieira lembra que poderá ocorrer com o PMDB o que aconteceu no caso do impeachment do ex-presidente e senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello. “Assim como fez o PFL que pegou todos os ministérios, o PMDB poderá fazer o mesmo e acabar, no apagar das luzes, votando pelo impeachment [da presidente Dilma Rousseff].
Para confirmar se os deputados do PMDB que foram contemplados com o ministério da Saúde estão mesmo dançando o ritmo ditado pelo Planalto, o Congresso ainda colocará em votação seis vetos que não foram apreciados pela Casa esta semana. A expectativa em Brasília é que o veto ao reajuste de 78% para os servidores do Judiciário seja discutido somente em outubro.

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