Em reunião que discutiu problemas relacionados à cacauicultura, nesta
terça-feira (1/9), na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa,
o deputado estadual Augusto Castro (PSDB) defendeu a participação do
Desenbahia (Agência de Fomento ao Estado da Bahia) no financiamento aos
produtores de cacau. O debate abordou medidas para atacar a questão da
dívida do setor e o chamado “drowback”, instrumento que incentiva a
importação de cacau. Apesar de ter uma produção que hoje alcança 250 mil
toneladas de cacau por ano, o Brasil vem sofrendo com a compra do
produto originário de países como Gana e Costa do Marfim. A
matéria-prima nacional tem qualidade considerada superior e é suficiente
para atender à demanda das indústrias moageiras instaladas no país, mas
as multinacionais do setor têm privilegiado o produto de origem
africana. “Nós defendemos uma revisão do drowback e incentivos para
tirar o produtor do vermelho, inclusive com a atuação do Desenbahia”,
afirma Augusto Castro. A reunião na Comissão de Agricultura teve a
presença de cerca de 25 parlamentares e representantes da Ceplac
(Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e da Adab (Agência
Estadual de Defesa Agropecuária). A discussão também tratou do projeto
do deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT), que propõe descontos
para a renegociação das dívidas dos cacauicultores, hoje ultrapassando
R$ 1 bilhão. Estima-se que 90% dos produtores sofram atualmente com
restrições de créditos junto aos bancos oficiais, principalmente o Banco
do Brasil. A maior parte desses débitos é constituída por juros e
encargos acumulados nos últimos anos.
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