MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de agosto de 2015

Greve no INSS afeta pedidos de aposentadoria

Quem busca benefício nas agências da Previdência Social está tendo que agendar atendimento para daqui a 9 meses

JORNAL O HOJE - GO

Thiago Burigato

Três mil atendimentos não estão sendo feitos por dia em Goiás com a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que já dura mais de 50 dias. Em todo o país, calcula-se que mais de 3 milhões de atendimentos tenham deixado de ser realizados desde o início da greve.
A paralisação da categoria já afeta especialmente quem estava em vias de conseguir sua aposentadoria. Para se ter uma idéia, quem busca as agências da Previdência Social para dar a entrada no benefício está tendo que agendar o atendimento para daqui a nove meses, ou seja, só ano que vem.
De acordo com a diretora de organização e política do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência do Goiás e Tocantins (Sintfesp-GO/TO), Terezinha de Jesus, normalmente os agendamentos são feitos com o prazo de 60 dias. No entanto, paralisado desde o dia 10 de julho, o INSS não tem previsão de retomada de suas atividades e há a possibilidade de que os pedidos de aposentadorias estejam sendo postergados para maio.
Segundo a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Derwanger, essa tendência não é exclusiva de Goiás. “Em todo o Brasil está sendo assim. Pode ser que em agências pequenas, que tenham uma demanda menor, os atendimentos estejam sendo marcados para mais cedo, mas essa não é a tendência geral”, explica. Jane Derwanger pontua que os pedidos de aposentadoria não são uma questão prioritária. “Solicitações como pensão por morte e auxílio-doença são consideradas mais importantes. O fato é que as aposentadorias são as últimas da lista”, diz.
Terezinha acrescenta que o déficit de servidores é outro ponto que provoca adiamentos como os relatados. É esse, inclusive, um dos motivos para a greve. Entre as reivindicações da categoria está um pedido de reajuste salarial, pagamento de data-base e direito de negociação coletiva, além da realização de novos concursos para o chamamento de novos servidores.
Perícias
Atualmente, apenas as primeiras perícias para a concessão de auxílio doença estão sendo realizadas. De acordo com Terezinha, para aqueles casos em que tudo está regularizado, os pagamentos de seguros e benefícios estão sendo feitos normalmente.
Jane, porém, ressalta que a falta de perspectiva para o fim da greve está deixando diversos cidadãos em uma situação delicada. “O que a gente do IBDP ouve é que a distância entre o que está sendo oferecido pelo governo e o que exigem os servidores é muito grande”, conta. “O maior problema é que dois terços dos benefícios são de um salário mínimo, que é o essencial para alguém poder se manter. Pessoas vão ficar sem ter o que comer por conta da paralisação”, pontua.
Universidades
Não são apenas os que dependem da previdência que estão sofrendo, porém. Estudantes de universidade federais de todo o país estão com as aulas paralisadas, o que inclui os discentes da Universidade Federal de Goiás (UFG). Apesar disso, os alunos tiveram uma boa notícia na tarde desta sexta-feira.
Os membros do conselho universitário, que inclui professores, estudantes, técnicos administrativos e administradores da instituição, decidiram por 33 votos a 18 pela manutenção do semestre letivo. Isso não significa que a greve tenha se encerrado, mas pelo menos os prejuízos causados pela paralisação serão menores para todos os envolvidos.

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