MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de agosto de 2015

Feira livre de Itabaiana aquece a economia do município


'Capital dos Caminhoneiros' ostenta título de maior comércio do estado.
Cidade também se destaca com comércio de joias e produção da castanha.

Fredson Navarro Do G1 SE
Feira livre de Itabaiana aquece a economia do município (Foto: Reprodução TV Sergipe)Feira livre de Itabaiana aquece a economia do município (Foto: Reprodução TV Sergipe)
Itabaiana comemora 127 anos na próxima sexta-feira (28) e é dona de um dos maiores comércios de Sergipe. É considerada a 'Capital do Caminhão', por ter o maior percentual de caminhão por pessoa do país. No município existem indústrias de pequeno porte de calçados, bebidas, cerâmica, móveis, algodão, alumínio, de carrocerias de caminhões e implementos rodoviários, mas a feira livre se destaca no comércio e aquece a economia há mais de 100 anos.
A feira é realizada duas vezes por semanas e atrai muita gente para a cidade. A feira de sábado começou em 1888 na Praça Fausto Cardoso e ficou por muito tempo sem ter um local fixo. Em 1928 mudou o endereço para o Largo Santo Antônio, onde continua até hoje. Com o crescimento, foi criado o Largo José do Prado Franco.

Como a feira atraía muita gente de áreas circunvizinhas, no dia 22 de setembro de 1954 foi inaugurada também nos dias de quarta-feira. Em 1956, já existia um grande número de caminhões fazendo viagens para os grandes centros do Estado e para o sul do país, especialmente para o estado de São Paulo. Foi nesta época que se deu o início da expansão do comércio. As viagens proporcionavam acesso a uma variedade de mercadorias.
Feira livre de Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)Feira livre de Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)
Comparando diretamente a mercadoria do sul do país, os produtos puderam ser vendidos a preço mais acessíveis. Além dos caminhões de feira, que transportam passageiros e mercadorias para outras cidades, também é comum na feira carroças de burro e carroças de mão, muito utilizados no transporte de mercadorias dentro da própria cidade.

“O movimento aumenta na cidade nos dias da feira e os comerciantes sabem atrair os clientes e faturar”, explica Milton Rocha que é diretor do Mercado de Hortifrutigranjeiros.
É possível encontrar de frutas, verduras, carnes até redes, brinquedos, roupas, vassouras, artesanatos, CDs, sapatos e produtos de beleza. “Aqui tem de tudo um pouco”, garante o feirante Dionísio dos Santos.

Ao todo são 350 bancas que tomam várias ruas do Centro da cidade e que também querem tomar a fama de mais imponente feira do estado. “A propaganda é a alma do negócio. A gente repete em voz alta as ofertas para chamar a atenção da clientela. O pessoal do interior já tem costume de falar alto e isso ajuda a divulgar. A gente já nasce com esse dom de gritar”, diverte-se o feirante José Ailton que trabalha no ramo há quatro anos.
Produção da castanha garante renda dos moradores do povoado (Foto: Reprodução TV Sergipe)Produção da castanha garante renda dos moradores
do povoado (Foto: Reprodução TV Sergipe)
Castanha
A castanha se destaca entre as variedades da feira e está bastante presente  no povoado Carrilho e também na ‘Casa da Castanha’, que atrai os turistas. A castanha chegou em Itabaiana há cerca de 50 anos e nesse período acabou mudando, inclusive, a estrutura da comunidade do Carrilho.
No inicio, existia um cultivo razoável de cajueiros e na época de safra as pessoas vendiam castanha in natura. Hoje a situação é diferente e o plantio de cajueiro é deficitario, praticamente não existe.

Os beneficiários de castanha começaram a trazer a castanha de fora, principalmente da Bahia e do Piaui. Eles compram a carrada do fruto, assa e quebra a castanha que é revendida para diversos estados.

“A castanha é uma fonte de vida, né? É daqui que a gente ganha o dinheiro para sustentar as nossas famílias”, disse o castanheiro Reginaldo de Jesus.

A castanha é tradicional e representa uma grande fonte de renda da região. “Cerca de 90% das famílias que moram no povoado têm a castanha como a principal fonte de renda. A cidade se desenvolveu com o sucesso da castanha”, explica o secretário da Agricultura de Itabaiana, Erotildes de Jesus.

“Nosso trabalho começa cedo, ainda durante a madrugada. O processo começa da forma manual com a ajuda dos martelos, em seguida a castanha vai para a máquina e passa pela peneira”, disse o castanheiro José Jorge dos Santos.
A castanha é comprada na Bahia e Piauí. A saca com 50 kg sai por R$ 250. Nas fabriquetas, no quintal de casa, as famílias produzem em média 40 kg de castanha por dia e vendem o quilo a R$ 32.

Pelo povoado, as casas anunciam a venda do produto mas é da cooperativa do lugar que sai a maior produção. Por mês, a soma ultrapassa a marca de mais de uma tonelada e meia de castanhas vendidas para todas as regiões do Brasil. As caixas enchem os caminhões das transportadoras que chegam à cooperativa.

“Para beneficiar a castanha, o processo é artesanal. A castanha é assada no forno e com a ajuda de uma máquina de corte, ela é quebrada”, explica Maria Cristina da Silva, presidente da cooperativa.

Para seu Erivaldo Alves dos Santos, castanha é coisa mesmo de família foi em casa que ele aprendeu a arte de produzir essa delícia. “A fama da castanha do Carrilho que ocorreu no país só enche de felicidade quem trabalha com o protuto. Tem muitos anos que a nossa castanha é referência e isso nos enche de orgulho”, comemora.

Além de abastecer o mercado local, a castanha da cooperativa vai para Santa Catarina, Brasília, Rio de Janeiro e muitos outros destinos. A depender da produção, cada cooperado ganha em média R$ 800 por mês. Dinheiro que ajuda bem nas contas de casa.

“Com esse dinheiro consigo pagar as contas da casa em dia”, vibra Maria José Tavares.
Em um galpão, a castanha é limpa e selecionada para o consumidor. Um controle de qualidade rigoroso é feito e as castanhas são embaladas.
Castanha vendida em Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)Casa da Castanha atrai turistas em Itabaiana
(Foto: Reprodução TV Sergipe)
Na cidade, a casa que vende o produto é um sucesso. A castanha com boa saída para todo o país, seja ela salgada, doce ou até com sabores diferentes, é item obrigatório na lista de compras e é sempre uma boa sugestão até para presentear. “Sempre quando passo pela cidade visito a Casa da castanha e levo presentes para todos. É a melhor castanha”, disse o estudante Everton Farias.

Em 2000, a Associação dos Vendedores e Beneficiadores de castanha do Povoado Carrilho foi criada. Hoje, são cerca de 70 associados. Há dois, foi criada a cooperativa para comercializar os produtos, que hoje tem 26 familias.

A responsável pela associação e pela cooperativa é Maria Cristina da Silva, que começou a trabalhar com a castanha muito cedo para ajudar os pais e os seis irmãos, todos envolvidos no processo. Ela foi a única na família que terminou o ensino médio e quis usar essa oportunidade a favor dos produtores de castanha. Como funcionária pública e presidente da associação dos beneficiadores e vendedores de castanha carrilho, ela contou que todo seu empenho é para melhorar as condições de trabalho da comunidade

A castanha que chega in natura é assada em um forno semi-industrial. Depois são quebradas uma a uma, em outra máquina. e, por fim, descascadas.

Quase toda castanha beneficiada em Sergipe é produzida em outros estados. Uma das mudanças, com a chegada da cooperativa foi o fim da dependência dos atravessadores, o que aumentava o custo da atividade. Hoje, juntos, os cooperados conseguem buscar a matéria-prima diretamente da fonte.
Feira atrai moradores de outros municípios para Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)Feira atrai moradores de outros municípios para Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)


Os caminhões colaboram com o desenvolvimento da cidade. Os comerciantes compram produtos de fora e revendem, ao mesmo tempo eles são fornecedores e enviam produtos locais para outras estados. Além disso, Itabaiana é um grande centro de mercadorias comerciais como alimentícios, têxteis e materiais de construção para os municípios vizinhos e as populações dos povoados do interior do estado. E futuramente o comércio se ampliará com a inauguração do Shopping Peixoto, que tornará o primeiro shopping fora da grande Aracaju.

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