Há registro de casos em pelo menos quatro municípios gaúchos.
Criminosos telefonam para exigir dinheiro de tratamentos que não existem.
Responsável por uma paciente internada no Hospital Regina, em Novo Hamburgo, uma mulher que prefere não se identificar conta ter recebido um telefonema de um falso médico que pediu R$ 1,2 mil para a realização de um exame. O dinheiro deveria ser depositado em uma conta bancária. "Eu recebi uma ligação dizendo que ela precisava pagar um valor, que o plano de saúde não cobria o valor do exame, que era uma tomografia com contraste", lembra. Felizmente, o hospital já estava desconfiado, alertou os pacientes e evitou o golpe.
A diretora-executiva do Hospital Regina, Joseane Kremer, diz que tomou conhecimento de que uma pessoa fez um contato por telefone com a instituição pedindo para falar com o setor de internações e se identificou fornecendo o nome de um médico que de fato faz parte do corpo clínico. Em seguida, o golpista solicitou o contato dos familiares dando referência apenas do leito em que o paciente estava.
"Quando recebemos a informação, começamos um plano de contingência dentro da instituição, fizemos contato com os médicos e familiares dos pacientes para que ficassem em alerta. Em seguida contatamos a entidade responsável por comunicar todas as instituições e também procuramos a delegacia para que já se registrasse o fato ocorrido como sendo um possível golpe", conta a diretora-executiva do Hospital Regina.
Para conseguir o telefone da vítima, o golpista ligou para o setor de internação do hospital. Joseane, entretanto, crê que a atendente também foi vítima. "A menina, acreditando que se tratava do médico, como precisava falar com um familiar, acabou fornecendo o número do telefone. Nós temos a certeza que a funcionária foi vítima assim como todos os pacientes que receberam o contato", diz a diretora-executiva do Hospital Regina, Joseane Kremer.
A tentativa de golpe foi descoberta ainda em Santana do Livramento e em Uruguaiana, onde falsários de Mato Grosso ligavam como se fossem funcionários de um laboratório. Para uma outra vítima que também não quer ser identificada, eles pediram R$ 1,8 mil. Porém, ela não fez o pagamento. "Ele deu o nome da clínica, mas mais tarde conversando com ele, eu perguntei o endereço da clínica e ele não soube me responder. Daí que eu vi que realmente era um golpe", conta a mulher.
Em São Leopoldo, no Vale do Sinos, a polícia investiga quatro casos no Hospital Centenário. Um familiar chegou a transferir R$ 1,5 mil para um golpista. "A recomendação da polícia é de que a pessoa não haja por impulso. Procure se assegurar da informação que você está recebendo e se aconselhar com uma pessoa que não esteja envolvida com o caso emocionalmente, como um amigo, um vizinho ou um policial", diz o delegado Heliomar Franco.
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