Sem dúvida o lema escolhido para o quarto mandatopresidencial
consecutivo do PT, o segundo da
Sra. Dilma Rousseff, escancara a
contradição entre o discurso e a
prática desse partido à frente do
Governo,e também ,indiretamente, à frente dos outros Dois Poderes(Legislativo e Judiciário),pelos
excessivos poderes conferidos ao Executivo,
que faz o que “bem-entende”, comprando e nomeando, respectivamente, os
membros desses outros poderes. Issodecorre
do fato dos poderes-de-Estado não serem
“equilibrados, harmônicos e independentes ” ,conforme ideal
preconizado por Montesquieu ,no Século XVII, e previsto na própria Constituição brasileira. Esses adjetivos estãosomente no papel, no respectivo dispositivo constitucional. Nuncana prática, na realidade. Não háequilíbrio ,
harmonia e independência entre os Três
Poderes (Executivo,Legislativo e Judiciário). Preponderasempre o poder de um deles: do poder executivo.
Tentarei demonstrarque a política da “pátria educadora” tem as
suas raízes na “política dos coronéis” ,velha conhecida da sociologia. O
“coronel” que era,e ainda é ,em grande parte,o principal tipo de político em
ação ,principalmente nas zonas rurais e interior do Brasil, seduz as suas “vítimas” (eleitores),prometendo-lhes “mil” coisas, para melhora das suas
vidas . É claro que nunca serão
cumpridas. Em consequência, o único trabalho que terão seráo de “votar nele”. Não
precisam nem pensar, raciocinar,trabalhar,olhar ,cheirar e ouvir. O “coronel”
fará esses trabalhos por eles. Pensará,
raciocinará, trabalhará ,olhará , cheirará
e ouvirá por todos os seus eleitores.
Impressionaobservar que o
PT, desde o início, se agarrou com “unhas e dentes” na pedagogia do
Professor Paulo Freire,fazendo da sua pregação uma das suas principais
bandeiras,discursando que estava na política para defender os “oprimidos”, contra os
“opressores”, nos governos e parlamentos
para os quais fossem eleitos.
Mas porventura o Partido dosTrabalhadores ,agora no Governo,
não estaria usando um lema de conteúdo diametralmente oposto ao que pregava
Paulo Freire ? O lema “pátria educadora” não seria uma nova versão da “politica
dos coronéis”, onde o povo não sabe nada e a “pátria” -
”coincidentemente”constituída por eles mesmos - sabe tudo ? Não seria recomendável inverter
essasituação, passando o povo a educar a pátria e, por via de consequência, seus dirigentes? Afinal
de contas, o estado deve servir o homem,ou é o contrário ? Impropriedade desse tipo foi
dita pelo Presidente John Kennedy,dos Estados Unidos da América : ”não perguntes o
que a pátria pode fazer por você, porém o que você pode fazer pela pátria”. O
pior é que isso é comemorado como sinal de sabedoria e democracia. Com essaspalavras
,Kennedy inverteu o problema finalístico
do estado, ou seja, afirmando que o homem deve servir ao estado, e não o estado
ao homem, como deveria ser. Essa frase serve como uma luva aos que
buscamfazer do homem um escravo do estado.Acontece muito nos regimes
absolutistas, nastiranias, oligarquias
e OCLOCRACIAS (falsas democracias) ,esta última aplicada à pleno vapor no Brasil.Mas essa postura governamental ,aqui
na terra tupiniquim,não é nova. É repetitiva. Desde o início dos seus governos
o PT tem como “carro-chefe” da sua política oprograma “bolsa família”( e outras
bolsas), que não passa de uma esmola “oficial” que incentiva seus beneficiários
à vagabundagem e a jamais se libertarem
desse grotesco “assistencialismo”
. Que não promove nem liberta ninguém. Essa política de governo também era
combatida radicalmente pelo pedagogo Paulo Freire,que teve,no caso,suas lições
“viradas-ao-avesso”,pelos discípulos oportunistas, logo que assumiram seus mandatos.
Trocando em miúdos, o lema “pátria educadora” se trata da aplicação
da POLÍTICA DO OPRESSOR,da política dos “coronéis”, jamais ado OPRIMIDO, como
aparece no “discurso enganador”.
A outra versão que poderiaser debatida é no
sentido de desvendar a suspeita de que mediante essa nova política o Governo estaria dando forma à IDEOLOGIZAÇÃO
DE ESQUERDA, que informalmente já está em curso nos currículos escolares,
usando a partir de agora o lema PÁTRIA EDUCADORA como pretexto e mesmo máscara, inclusive para os efeitos de “arrancar” verbas públicas
para manifesta propaganda política, tudo ao amparo das leis,que “eles “ mesmos
fazem ou mandam fazer.
Sem dúvida o objetivo do programa “pátria educadora” é
estabelecer a ditadura do pensamento, onde o corpo “docente” (educadores), sobpatrocínio
governamental, é treinado numa só
direção político-ideológica, de esquerda, claro, enquanto o “rebanho” discente
(educandos) não fica com qualquer alternativa de ser educado nas outras opções
ideológicas não previstas no currículo oficial, optando por uma delas. Portanto não nenhuma democracia na “pátria
educadora”. Essa é a PEDAGOGIA DA DITADURA DO PENSAMENTO.
Sérgio Alves de Oliveira
Sociólogo e Advogado
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