Morador usa sacos plásticos nos pés para fugir da lama e ir ao trabalho

Medida é proteção para não sujar os pés nas vias alagadas no Ipê, no AP.
Prefeitura informou que técnicos vão avaliar a situação das ruas.

Fabiana Figueiredo Do G1 AP

O vendedor Cleber Brito, de 71 anos, morador do bairro Ipê, na Zona Norte de Macapá, utiliza sacos plásticos nos pés para sair de casa e ir trabalhar. Segundo ele, a medida é uma proteção para não sujar os pés na rua alagada em frente a casa onde mora (veja vídeo acima). A prefeitura de Macapá informou que técnicos vão avaliar a situação das ruas do bairro.

Cleber diz que usa sacolas para não sujar os pés
nas ruas do bairro (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)

“Moro aqui há mais de 10 anos e todo inverno é sempre a mesma dificuldade para trafegar na rua, porque alaga tudo. As ruas ficam ainda mais cheias de água quando a chuva é intensa. Tem dias que eu nem consigo sair de casa para trabalhar ou deixar meu filho na escola”, disse Brito, que é casado e tem dois filhos.
O morador conta que uma obra foi feita no bairro, em outubro e novembro de 2014, mas não ajudou a minimizar os alagamentos nas ruas, principalmente naquelas que não são asfaltadas.
“Quando o prefeito veio aqui, no ano passado, disse somente que ia mandar limpar. Chegaram a fazer uma obra em duas ruas, colocaram manilhas, mas não mudou nada”, falou Brito.
O autônomo Manoel Sipriano, de 52 anos, mora no bairro Novo Horizonte, também na Zona Norte, e vende leite bovino em domicílio no bairro Ipê.

Manoel Sipriano diz que ficou doente por causa da
água suja (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)

“Tem ruas aqui que a gente não passa de jeito nenhum, o que prejudica as vendas. Tem um buraco ali que um dia desses quase derramo o leite todo. Se eu não tivesse colocado os pés na lama, tinha perdido tudo”, falou Sipriano, que disse já ter ficado doente por causa da água suja.
Além da lama, algumas vias acumulam mato e lixo, o que atrai pragas como insetos e ratos para o local, segundo os moradores.
A Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou que uma vistoria técnica está programada para no bairro.

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Avenida Angelim é uma das ruas que alagam e dificultam travessia de pedestres (Foto: Fabiana Figueiredo/G1)