E os petistas, com a sua arrogância de supostos monopolistas do povo, não perceberam. Melhor para o futuro do Brasil!
Já
escrevi um post nesta quarta sobre a pesquisa CNI/Ibope, indicando que
apenas 12% acham que o governo é ótimo ou bom, contra 64% que o
consideram ruim e péssimo. São apenas dois de uma safra de números
devastadores para a presidente. As causas se mostram claras: economia em
declínio casada com corrupção desabrida. As implicações parecem certas:
os protestos continuarão. Quando se analisam as informações no detalhe,
a gente se dá conta do quão desastrosas elas são para a presidente
Dilma Rousseff.
No que
respeita à avaliação do governo, a petista vive uma situação
praticamente inversa àquela experimentada em março de 2013, quando
atingiu seu auge: naquele mês, 63% diziam que o governo era ótimo ou
bom; hoje, só 12%; apenas 7% acusavam a gestão de ser ruim ou péssima;
dois anos depois, são 64%. Até então, o pior momento da petista havia
sido junho de 2013, com 31% de ótimo e bom e 33% de ruim e péssimo.
A mesma drástica inversão na comparação
com dois anos atrás se dá na aprovação do governo. Em março de 2013,
espantosos 79% o aprovavam; agora, igualmente espantosos 78% o reprovam;
minguados 17% o reprovavam; agora, também minguados 19% o aprovam. Nas
pesquisas Ibope, em apenas dois momentos os que desaprovam Dilma haviam
superado os que aprovam — e, ainda assim, por pequena margem: 49% a 45%
em julho de 2013 e 50% a 44% em junho de 2014, durante a Copa do Mundo.
Não é
diferente com a confiança. No auge de sua popularidade, em março de
2013, 75% confiavam na presidente; agora, 74% não confiam; só 22% não
confiavam; agora, só 22% confiam.
Na sua
desastrada entrevista depois dos protestos de 15 de março, o ministro
Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou que eram os
eleitores de Aécio Neves (PSDB-MG) que estavam nas ruas. É fato que os
que votaram no senador fazem um juízo mais severo sobre Dilma, mas a sua
situação é periclitante também entre os que votaram no PT. Apenas 2%
dos que escolheram o tucano acham o governo ótimo ou bom; mas esse
índice não passa de modestíssimos 22% entre os que escolheram a petista —
em dezembro, era de 63%.
Só 3% dos
que ficaram com o candidato do PSDB aprovam o governo, número que chega a
34% entre os eleitores que sufragaram o PT — há três meses, eram 80%.
Confiam na petista 5% apenas dos que optaram pelo candidato tucano.
Entre os que preferiram a petista, o índice alcança 42%. Parece bom? Em
dezembro do ano passado, somavam 80%.
Os
petistas, as esquerdas, o governo e, claro!, Lula — o poderoso chefão —
insistem na falácia de que a onda de rejeição à gestão Dilma e ao
petismo se deve a preconceitos. A pesquisa Ibope evidencia tratar-se de
um pós-conceito. Nada menos de 90% desaprovam a carga de impostos; 89%,
a taxa de juros; 85%, a área de saúde; 84%, o combate à inflação; 81%, a
segurança pública; 79%, o combate ao desemprego; 73%, a educação, e
66%, a política de meio ambiente. Até a ação oficial de combate à
pobreza, que sempre foi uma peça de resistência do governo petista,
alcança índices negativos inéditos. Só uma vez a reprovação tinha sido
maior do que a aprovação: em junho de 2014: 53% a 41%; agora, é de 64% a
33%.
Atenção,
meus caros: há muito tempo já, áreas como saúde, educação, impostos,
segurança pública, combate à inflação e combate ao desemprego têm uma
reprovação maior do que a aprovação — vejam os gráficos. Ocorre que, por
qualquer estranha razão, os brasileiros não associavam os maus serviços
e o mau desempenho à incompetência do governo. Agora, isso mudou.
Se quiser
tomar a trilha errada, o governo pode argumentar que é tudo culpa da
imprensa. Segundo o Ibope, 72% acham que o noticiário é desfavorável ao
governo, só 9% acham que é favorável, e 13%, nem uma coisa nem outra.
Ora, estamos diante do óbvio: o noticiário reflete os fatos, e os fatos
formam a opinião dos brasileiros, não? Pelo visto, os blogs sujos não
contam mesmo. Naquelas páginas, o Brasil vive um momento mágico, e o mal
é a imprensa independente, que eles chamam “golpista”…
Dados os números devastadores, o
prudente seria que o partido do governo investisse em alguma forma de
diálogo com a sociedade. Na segunda, documento de 27 Diretórios
Estaduais resolveu atacar a “direita golpista” e afirmou que tudo não
passa de reação das pessoas descontentes com o partido que teria tirado
36 milhões de pessoas da miséria. Na terça, Lula e Rui Falcão pediram
uma salva de palmas para José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras
no período do horror. E o ex-presidente ainda negou que a roubalheira
tenha beneficiado partidos políticos.
A rua
acordou. E os petistas, com a sua arrogância de supostos monopolistas do
povo, não perceberam. Melhor para o futuro do Brasil!
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