Ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, o advogado
Miguel Reale Júnior afirmou, em entrevista à revista Isto É, que a
presidente Dilma Rousseff (PT) pode ser afastada do cargo caso fique
comprovado que teve conhecimento do esquema de corrupção que operava na
Petrobras, no período em que presidiu o Conselho de Administração da
estatal - diferente do que é sustentado pelo atual ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo. Reale explica que caso seja "enquadrada num crime
comum", Dilma será processada no Supremo Tribunal Federal (STF) com a
autorização da Câmara dos Deputados. "Se condenada, perderia o mandato
como qualquer outro político. Resta examinar se existem elementos
mostrando que ela foi omissa ou conivente ao manter a diretoria", disse o
ex-ministro. Citada em depoimentos de delação premiada da Operação Lava
Jato, Dilma teve os pedidos de investigação arquivados pelo Procurador
Geral da Republica, Rodrigo Janot, sob a alegação de que ela não poderia
ser investigada no exercício do mandato por episódios ocorridos antes
de assumir o cargo de presidente. "A Constituição diz que o presidente
não pode ser responsabilizado por atos estranhos às suas funções, porém
atos de prevaricação – como o que ocorreu na Petrobras – não seriam
estranhos à função", defendeu Reale. (Bahia Notícias)
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