A grande bandeira do PT para o que chama de "Reforma Política" é instituir o financiamento público de campanhas eleitorais. O problema é que apenas um país no mundo faz isso, o Butão, que somente em 2008 deixou de ser uma monarquia absolutista.
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Virou moda: diante de algum protesto,
seja pelo que for, alguns sugerem a REFORMA POLÍTICA. Que reforma? Não
falam, apenas dizem REFORMA POLÍTICA, que soa bonito e parece algo
eficaz. Não é por outro motivo que muita gente de boa-fé repita isso,
pois de fato nosso mundo político precisa de reformas.
Mas é bom esclarecer o seguinte: a
principal bandeira petista para “reformar” nossa política consiste no
financiamento público de campanha. O que é isso? Acaba-se com doadores
particulares, especialmente empresas, e a grana viria apenas dos
impostos. Parece bonito, mas serve única e tão somente para manter a
hegemonia dos partidos que já são fortes, e não é preciso desenhar qual
deles seria o maior beneficiário da modalidade (fora que, bem sabemos, o
fato de a lei não permitir outra origem financeira não iria exatamente
impedir que algum partido usasse recursos assim, já que a lei proíbe uma
porção de coisa que nem todos cumprem).
Em meio a tudo isso, a BBC publica reportagem interessantíssima sobre O ÚNICO PAÍS DO MUNDO em que se aplica financiamento público de campanha. Trechos a seguir:
“O sistema só existe em um lugar do mundo, o Butão, país que apenas em 2008 deixou de ser uma monarquia absolutista e realizou suas primeiras eleições. Conforme a BBC Brasil mostrou na semana passada, 39 países proíbem doações de empresas. No entanto, a proibição também de contribuição de pessoas físicas é uma exceção só presente no país asiático. O financiamento público de partidos e/ou candidatos, em pequena ou larga escala, é adotado em 118 países, de acordo com um monitoramento realizado pelo Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea, na sigla em inglês). Em alguns deles, como México, Colômbia, Itália e Espanha, chegam a representar mais de 80% dos gastos das campanhas.”
Desse modo, é preciso tomar cuidado ao
pedir “reforma política”. Qual reforma? Voto Distrital? Ficha Limpa?
Muito bom. Mas Financiamento Público de Campanha não é exatamente uma
coisa boa, exceto para partido que já seja bem grande, especialmente se
não estiver bem com a opinião pública e, assim, enfrentar dificuldade
para pegar dinheiro com empresas. Conhece algum? Pois…
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