Algodão, malhas, chita e popeline são alguns dos tecidos recomendados.
Apostar em boas costureiras também é importante para a fantasia dar certo.
Escolher
tecidos resistentes e leves, como malhas e popeline, é o segredo para
não correr o risco de acabar o dia com a fantasia rasgada. Já o cetim
pode ser reforçado com forro de algodão (Foto: Marina Barbosa / G1)
Carnaval é tempo de descontração. Tempo de vestir a fantasia e cair na
folia sem se preocupar com nada – nem com o figurino. Por isso, é
importante escolher roupas leves e confortáveis que não lhe façam perder
o passo no sobe e desce das ladeiras. Afinal, o que importa é se
divertir. Mas, depois da maratona de blocos e marchinhas, muita gente
percebe que deixou parte da fantasia pelo caminho. São pedras que caem,
meias que rasgam e diademas que se perdem. Parece normal com tanto
vuco-vuco, mas os foliões de carteirinha afirmam que é possível chegar
ao fim do carnaval com a fantasia intacta. É só apostar em materiais de
qualidade.Tecidos resistentes e boa costura. Este é o segredo da façanha, garantem os carnavalescos. Por isso, não adianta se preocupar com a roupa durante a folia. O certo é mesmo cair no frevo e pensar nos adereços nos dias que antecedem a festa. "A preocupação deve vir antes, porque a ideia é fazer uma fantasia para brincar e não para se preocupar em manter a roupa. Até porque, na festa, não há limites. Você dança, senta no chão, desce, levanta. Tem mais é que aproveitar e, para isso, é importante fazer a roupa com bons materiais", acredita a turismóloga e carnavalesca desde criança Joana Chaves, 38.
Joana e o marido Adailton vão reutilizar peças
neste carnaval (Joana Chaves/Acervo pessoal)
Joana diz que não lembra de um carnaval em que não tenha se fantasiado e
garante que muitos dos adereços utilizados nos últimos anos permanecem
prontos para o uso. Neste ano, por exemplo, a roupa dela será
"reciclada": o vestido do ano passado vai ganhar um busto diferente com
tecido e enfeites novos. "Quando o tecido é resistente, a fantasia dura o
carnaval inteiro e ainda pode ser reutilizada. Quando acaba a festa, eu
lavo direitinho, embrulho e guardo para o ano seguinte", conta a
turismóloga. Esta é, por sinal, uma boa alternativa para quem está com a
grana curta para comprar uma fantasia nova e, como Carol, não sabe cair
na folia sem uma roupa colorida.neste carnaval (Joana Chaves/Acervo pessoal)
Companheira de bloco de Joana, a chef Carol Medeiros, 37, também não se desfaz dos adereços usados. "A fantasia dura sim. Eu já tenho um baú cheio. Algumas estão comigo há mais de cinco carnavais. Nesses casos, remodelo os vestidos, aplico uma coisa nova e uso de novo", conta. Mas ela confessa que já perdeu uma das peças. "Rasguei uma vez só, porque fiz com tecido mais frágil", lamenta. Para que isso não aconteça mais, agora só usa tecidos fortes. "Resistentes, que não rasguem fácil, mas sejam frescos por causa do calor."
Carol prefere o algodão e as malhas. Já Joana gosta de tules. Mas as duas ressaltam: apostar em uma boa costureira também é fundamental para o sucesso da fantasia, já que as profissionais ajudam a desenhar os modelos e colocá-los em prática. Quem costura as roupas de carnavais agradece o reconhecimento e reforça que a qualidade é o segredo do negócio. "Se o tecido for muito frágil, a gente sabe que pode acontecer um acidente. Por isso, é preciso usar tecidos resistentes e fazer uma boa costura para os adereços não caírem", afirma a costureira Sandra Gonçalves, que prepara as roupas dos carnavalescos há 28 anos.
A
costureira Sandra Gonçalves admite que, com tecidos frágeis, fantasia
corre o risco de rasgar. Já os enfeites precisam de costura forte, de
pontos pequenos, para não caírem (Foto: Marina Barbosa / G1)
Para Sandra, os tecidos mais confiáveis para esta missão são as malhas e
o popeline, que são leves e resistentes. Já Isa Christina, que também é
costureira há mais de 25 anos, prefere o algodão e a chita. As duas, no
entanto, admitem que grande parte das fantasias é feita de cetim, que é
um tecido fino e frágil. Mesmo assim, garantem que é possível deixá-las
resistentes.A dica de Sandra é costurar o cetim com pontos pequenos, que são mais fortes, e não deixá-los na ponta da roupa, para não correr o risco de ficarem esgaçados. Já Isa gosta de aplicar forros de algodão. "O cetim é sintético, de poliéster. Por isso, rasga fácil e não absorve o calor. Para fazer a fantasia durar, uso um forro auxiliar. Debaixo do cetim coloco um forro de algodão, que é confortável e resistente", explica. Segundo Isa, o algodão ainda é recomendado para o carnaval porque é leve e absorve o suor, aliviando o calor.
Isa Christina admite que reforço deixa fantasia mais cara,
mas diz que vale a pena (Isa Christina/Acervo pessoal)
Isa admite que o reforço acaba deixando a fantasia um pouco mais cara,
mas garante que o investimento vale a pena. "É a garantia que a fantasia
vai durar e nem aumenta tanto assim", ressalta. O metro do cetim está
sendo vendido por cerca de R$ 6 nas lojas do Centro do Recife, já o
metro do algodão varia em torno de R$ 7,50. O valor dos outros tecidos
recomendados pelas costureiras também é superior ao do cetim. O metro
das malhas está em torno de R$ 8 e o do popeline de R$ 12. Só a chita,
tipicamente nordestina, é mais barata: a partir de R$ 5. Mesmo assim,
segundo Sandra, o aumento no custo total não passa de R$ 20. "É um gasto
que vale a pena porque a fantasia pode durar de um Carnaval para o
outro, daí você só precisa fazer um ajuste e acaba economizando", lembra
a foliã Joana Chaves.mas diz que vale a pena (Isa Christina/Acervo pessoal)
Quem vai às lojas de costura em busca de tecidos e estampas ideais para as fantasias também não parece se importar em gastar um pouco mais para ter um produto de qualidade. E as lojas do Centro do Recife já estão cheias de opções para os foliões. Consumidores também não faltam. A costureira Josélia Barros, 54, é uma delas. Ela foi ao Centro para comprar os materiais necessários para as várias encomendas de fantasias que já recebeu e disse que também aposta em tecidos resistentes para deixar as clientes satisfeitas. O tafetá é a dica de Josélia para substituir o cetim -- o metro custa cerca de R$ 9. O lamê, vendido a partir de $ 8,50, é outra indicação dos comerciantes.
Além
de tecidos resistentes, é importante fazer fantasias com boas
costureiras. Pontos pequenos e forros de algodão são as dicas das
profissionais que trabalham com isso há anos (Foto: Marina Barbosa / G1)
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