MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 28 de julho de 2013

Protesto em Boa Viagem, no Recife, faz homenagem a vítimas de tubarões


Cerca de vinte pessoas distribuíram panfletos e fecharam a avenida.
Propostas do grupo dividiram os frequentadores da praia.

Do G1 PE

Grupo fez um minuto de silêncio pelas vítimas de ataque de tubarão (Foto: Katherine Coutinho/G1)Grupo fez um minuto de silêncio pelas vítimas de ataque de tubarão (Foto: Katherine Coutinho/G1)
A maré baixa e o sol deste domingo (28) levaram muitas pessoas à praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, mas muitos preferiram ficar na areia. A manhã foi marcada também pelo ato do Instituto Propesca, que fechou a Avenida Boa Viagem para um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de ataques de tubarão, em especial a estudante paulista Bruna Gobbi, que faleceu na última segunda-feira (22).
O engenheiro de pesca e presidente do Propesca, Bruno Pantoja, explica que o grupo está buscando mostrar à população que existem outras formas de enfrentamento da situação. "Nós não defendemos matança de tubarão, queremos é a defesa da cultura praiera. A culpa não é do tubarão, nem da vítima, não existe culpado. O que temos é um problema que precisa ser resolvido", aponta Pantoja.
Cerca de vinte pessoas distribuíram panfletos para mostrar a posição do grupo, que sugere a instalação deu uma barreira física, com telas rígida e retráteis em pontos da costa metropolitana. "Estudamos os impactos positivos e negativos de iniciativas como essa ao redor do mundo. Na Austrália, já temos iniciativas assim em alguns balneários. Para cobrir a orla do Pina a Piedade e Olinda, seriam 10,8 quilômetros, que custaria R$ 25 milhões. Estudamos o material que tem menos impacto e estamos abertos para mostrar nossos estudos, alternativas. Não é uma rede, que é extremamente danosa ao bioma aquático", explica o presidente do Propesca.
As propostas do grupo dividiram os frequentadores da praia. O bioquímico Carlos Fernando Lins, que mora na Avenida Boa Viagem, acredita que precisa ouvir a opinião de outros especialistas. "Fechar a praia realmente não é solução, mas acredito que o barco da Federal [Sinuelo, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que voltou a circular na sexta-feira] voltando a funcionar é uma alternativa. Acho que a situação é difícil, o governo está fazendo a parte dele, mas qualquer investimento nessa área é caríssimo, pelo que vejo", opina Lins.
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Vander Lacerda acredita que as pessoas estão fazendo terror maior do que a realidade (Foto: Katherine Coutinho/G1)Vander Lacerda acha que as pessoas estão fazendo terror
maior do que a realidade (Foto: Katherine Coutinho/G1)
O securitário paulista Vander Lacerda mora há um ano e meio no Recife e acredita que as pessoas estão fazendo um terror maior do que é de fato. "Não tem cabimento, você não fecha uma rodovia porque alguém foi atropelado. Estou vendo o pessoal de São Paulo pegar pesado com a stiuação, não é bem assim. Eu tenho uma filha de onze anos e explico como entrar. Não pode generalizar, acho que falta estrutura, mas os bombeiros estão fazendo a parte deles", aponta Lacerda.
Para o supervisor de produção carioca Manoel Reis, que mora há seis anos na capital pernambucana, falta rigidez na vigilância da orla. "É perigoso? Eu acredito que sim, a ideia do pessoal do Propesca de colocar um sistema para afastar o tubarão é boa. Acho que talvez precise envolver também a Guarda Municipal para lidar com as pessoas, mas não se pode crucificar a praia. Na Região dos Lagos, no Rio, morre muito mais gente afogada e ninguém deixa de ir para lá", afirma Reis.
O engenheiro Diógenes Toscano, que veio de Goiás, admite que está com medo, mas não deixa de ir à praia. "Eu só não vou entrar no mar, você não tem visibilidade em alguna trechos do limite. Essa história do ataque causa uma má impressão muito grande, você só tem noção quando alguém morre", lamenta Toscano.
A comerciante Cristiane Ferreira achou a praia vazia para um domingo de sol. "Normalmente, tem mais gente dia de sol. Eu acho que é só preciso ter um pouco de consciência antes de entrar na água", aponta Cristiane. A bióloga recifense Márcia Silva explica que vai esperar alguns meses do barco Sinuelo pratulhando a praia para voltar a entrar na água. "Esse ataque, para mim, foi falta desse monitoramento, ficou sete meses sem. Eu acho que não é proibir as pessoas de entrar na água, essa é a única praia urbana do Recife, vamos para onde se não for aqui? E todo mundo que trabalha?", questiona Márcia.
O comerciante Fábio Ferreira, que trabalha perto de onde a jovem Bruna Gobbi foi atacada, explica que o movimento está normal para fim de férias. "Esse trecho da praia não tem muita gente e já estamos entrando na baixa estação. Diariamente, você vê muita gente desrespeitando o mar e avançando além dos arrecifes, é algo normal. Você vê inúmeras pessoas quase se afogar, mas no caso da jovem ela foi puxada, ela não avançou", diz Ferreira.

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