MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 23 de julho de 2013

Médicos de Pernambuco realizam enterro simbólico de ministro


Categoria protesta contra a vinda de médicos estrangeiros para o SUS.
Manifestação realizou marcha em torno do Hospital da Restauração.

Priscila Miranda Do G1 PE

 Médicos de Pernambuco realizaram na manhã desta terça-feira (23) uma manifestação em frente à maior emergência do estado, o Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), cerca de 300 pessoas participaram da ação. A categoria resolveu paralisar as atividades em protesto contra a vinda de profissionais estrangeiros para trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na passeata, que contornou o HR e terminou com o enterro simbólico do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, muitos médicos contavam a indignação que estavam sentindo. "Estão colocando os médicos como vilões, dizendo que nós não queremos trabalhar  no interior, mas não é verdade. Eu mesma, por opção, resolvi ir trabalhar no interior, mas com a estrutura precária eu desisti", disse a residente em patologia Laura Paiva.
A residente em pediatria Danielle Di Cavalcanti também acredita que, sem condições de trabalho, os médicos não irão trabalhar em cidades do interior. "Faltam remédios, condições de trabalho. E não é só no interior, na capital também. os hospitais daqui estão sem estrutura para atender tanta gente", falou Danielle.
Médicos realizaram passeata em torno do Hospital da Restauração, no Recife (Foto: Priscila Miranda / G1)Médicos realizaram passeata em torno do Hospital da
Restauração (Foto: Priscila Miranda / G1)
O presidente do Simepe, Mario Jorge Lobo, explicou que as manifestações que vêm ocorrendo nos últimos meses servem de alerta para a população para que se discuta o tema da saúde. "É uma convocação para se debater esse tema. Essa medida provisória do governo não responde em absolutamente nada esse pedido das manifestações das ruas. É uma manobra eleitoreira", afirmou Lobo.
Segundo o Simepe, a adesão à paralisação é focada nos hospitais. "Não é a paralisação do profissional, mas sim dos servilços, até porque um médico pode deixar de trabalhar no ambulatório, mas não paralisar outras atividades", afirmou o presidente do Simepe.
Os médicos pernambucanos mobilizam uma caravana para participar de uma audiência pública que ocorrerá no Congresso Nacional em Brasília, em agosto. "Lá serão debatidos tanto a medida provisória como o ato médico. Queremos colocar médicos dentro do Congresso para debater e pressionar", disse Lobo.
Na última assembleia geral, os médicos do estado decidiram manter o estado de greve com paralisações dos serviços eletivos públicos e privados, nos dias 23, 30 E 31 de julho, resguardando os atendimentos das emergência, urgências, quimioterapia, radioterapia, hemoterapia, hemodiálise e afins. O presidente do Simepe reforçou que a paralisação é apenas das consultas reagendadas e as cirurgias programadas. "Todo o serviço essencial, de urgência e emergência, Samu, atendimento a pacientes que estão internados, se mantêm preservados, minimizando o dano à população", garantiu.
A presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Helena Carneiro, falou que a categoria médica está agendando novas manifestações. "Até o dia 30 estamos agendando novos atos. No dia 31 faremos uma assembleia geral dos médicos, para traçar estratégias locais dessa mobilização nacional", finalizou Helena.

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